AB InBev, GSK, MetaPlatforms, Tesla
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A Meta está na corrida para se posicionar entre os vencedores da inteligência artificial
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Meta está na corrida para se posicionar entre os vencedores da inteligência artificial
AB InBev
Manter
A AB InBev recuperou recentemente a liderança do mercado norte-americano de cerveja com a Michelob Ultra, agora a cerveja mais vendida nos Estados Unidos, destronando a Modelo Especial vendida nos EUA pela concorrente Constellation Brands.
Após a polémica em torno da Bud Light e num setor marcado pela queda geral dos volumes (-1,9% no segundo trimestre), a Michelob Ultra conseguiu ganhar quota de mercado, sobretudo graças à comunicação em grandes eventos desportivos (NBA, FIFA, PGA Tour).
Além disso, a parceria anunciada com o Netflix representa um novo passo na estratégia publicitária do gigante cervejeiro, integrando as suas marcas nas produções e eventos desportivos transmitidos em direto pela plataforma de streaming.
Esta colaboração oferece à AB InBev uma visibilidade única junto de um público jovem, internacionalizado e difícil de atingir pelos meios tradicionais, ao mesmo tempo que permite criar experiências envolventes e imersivas em torno do entretenimento, do desporto e da cultura popular. Não alteramos o conselho.
GSK
Manter
A partir de janeiro de 2026, Emma Walmsley passará a liderança da GSK a Luke Miels, atual diretor comercial da divisão de medicamentos e vacinas, com sólida experiência em tratamentos inovadores. Trata-se de uma mudança bem-vinda.
Desde que assumiu funções em 2017, Emma Walmsley não conseguiu revitalizar a farmacêutica, cuja cotação se manteve praticamente estagnada ao longo da última década.
E isto, apesar do foco nos medicamentos patenteados após a venda da filial Haleon em 2022 (medicamentos sem receita médica).
Luke Miels enfrentará a difícil missão de restaurar a confiança dos investidores, preocupados com um pipeline considerado demasiado limitado perante a expiração de patentes, em particular a do Dolutegravir (HIV; 17% das vendas da GSK no primeiro semestre) a partir de 2028.
Caber-lhe-á ainda cumprir a meta de 40 mil milhões de libras esterlinas em vendas até 2031 (31,4 mil milhões em 2024), num enquadramento mais incerto nos Estados Unidos, onde a GSK anunciou em setembro a intenção de investir 30 mil milhões de dólares num período de cinco anos.
Vemos de forma positiva a mudança na liderança, num momento em que a GSK lida com a expiração. Porém ainda falta conhecer a nova estratégia. A ação continua com um desconto justificado face ao setor.
MetaPlatforms
Manter
O gigante das redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp) está na corrida para se posicionar entre os vencedores da inteligência artificial. A Meta prevê um aumento de 36% do investimento em 2025 e mais 43% em 2026, sobretudo em infraestruturas de IA. Assim, procura recuperar o atraso face à concorrência na IA generativa e otimizar a principal fonte de receitas: a publicidade online.
No último trimestre, as recomendações publicitárias alimentadas por IA originaram cerca de 3% de conversões adicionais no Facebook e 5% no Instagram, que ultrapassou os 3 mil milhões de utilizadores ativos/mês. Os resultados beneficiaram desta dinâmica: volume de negócios e o lucro por ação cresceram respetivamente 22% e 38%.
Prevemos que a tendência se prolongue no terceiro trimestre: volume de negócios entre +17% a +24%. Contudo, a Meta advertiu que o aumento dos custos será substancial em 2026, pressionando a confortável margem operacional. Estimamos lucro por ação de 28,7 dólares em 2025, 31,5 dólares em 2026 e 34 dólares em 2027.
A vasta base de utilizadores permite recolher uma quantidade incalculável de dados e melhorar a eficácia na venda de espaços publicitários. Estimamos que o crescimento dos resultados continue elevado nos próximos anos, mas a ação já está demasiado valorizada.
Tesla
Vender
A Tesla registou entregas recorde de veículos no terceiro trimestre de 2025 (+7,4%), mas o crescimento é enganador, escondendo fragilidades estruturais mais profundas. A expiração, a 30 de setembro, do crédito fiscal nos EUA para a compra de veículos elétricos deu um impulso temporário que deixará de existir no quarto trimestre.
Além disso, a gama envelhecida da Tesla tem dificuldade em atrair consumidores face a concorrentes mais inovadores, que renovam os seus modelos de forma mais rápida.
Apesar da recuperação temporária das vendas, a Tesla continua a enfrentar desafios significativos para reconquistar a confiança do mercado e preservar a sua posição de liderança. A recente e acentuada valorização em bolsa parece-nos exagerada.