Navigator: lucros semestrais caem 46%

Os resultados da Navigator ficaram abaixo do esperado
Os resultados da Navigator ficaram abaixo do esperado
Apesar do recuo significativo nos resultados e das pressões de mercado sobre os preços da pasta e do papel, a empresa mantém resiliência nos segmentos de Tissue e Packaging, o que sustenta uma perspetiva moderada de recuperação. O nosso conselho é manter a posição, acompanhando de perto a evolução dos preços e custos no setor.
No primeiro semestre os lucros ascenderam a 85 milhões de euros (0,12 euros por ação) apresentando uma queda em termos homólogos de 46%. Estes resultados ficaram abaixo do que esperávamos devido à expectativa de subida dos preços da pasta de papel e do papel, devido à restrição da oferta e ao aumento da atividade.
Porém, a partir de abril, a incerteza gerada pelo reforço de medidas protecionistas e pela normalização da oferta levou a uma queda acentuada dos preços na China, que se refletiu na Europa. Revemos em baixa as nossas estimativas para os lucros por ação em 2025 para 0,29 euros (antes 0,42) e em 2026 para 0,33 euros (antes 0,44).
Estes elementos exerceram pressão sobre a atividade económica, o que levou o volume de negócios a cair 4% e a totalizar nos 1 019 milhões de euros.
O EBITDA atingiu apenas os 216 milhões de euros, o que revelou uma queda de 28% face ao primeiro semestre de 2024. Esta queda foi atenuada pelo bom desempenho dos preços de Tissue e Packaging. Contudo, o impacto causado devido à redução dos preços de referência do mercado para pasta e papel foram superiores.
O setor de Pasta e Papel, em particular, registou duas fases distintas ao longo do semestre. O início do ano foi marcado por expectativas de subida de preços na pasta, impulsionadas por alguma restrição na oferta e pelo aumento da atividade.
No entanto, a partir de abril, a crescente incerteza provocada pelo reforço de medidas protecionistas, barreiras comerciais, e pela normalização da oferta resultou numa queda acentuada dos preços da pasta na China, que se repercutiu na Europa.
O índice de referência para o papel de Impressão e Escrita não revestido (Papel ou UWF) na Europa manteve-se menos volátil, ainda em patamares historicamente elevados, mas a registar uma quebra homóloga.
Os segmentos de Packaging e Tissue continuam com uma boa dinâmica, apresentando uma evolução positiva nos preços face ao mesmo período no ano anterior, refletindo resiliência e oportunidades de crescimento nestas áreas.
O preço médio da pasta BHKP, apesar de ter vindo a descer desde o segundo trimestre de 2024, no segundo trimestre de 2025, voltou a demonstrar sinais de subida, tendo-se situado nos 1045 euros por tonelada. Não obstante, permanece uma conjuntura difícil na Europa com quebra na procura de bens de consumo.
Para além da correção de preços, o aumento de custos de energia, dos químicos e da logística (UWF) impactaram também os resultados do período.
Para o resto do ano, esperamos um aumento no preço do papel e da pasta de papel, o que se verificou já no segundo trimestre de 2025. Contudo, em face dos fracos resultados do semestre, revemos em baixa as nossas estimativas para os lucros por ação em 2025 para 0,29 euros (antes 0,42) e em 2026 para 0,33 euros (antes 0,44). Mantenha.