Microsoft vs Nvidia: investir em inteligência artificial
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A Microsoft e a Nvidia são pioneiras e protagonistas em inteligência artificial generativa
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Microsoft e a Nvidia são pioneiras e protagonistas em inteligência artificial generativa
Os gigantes norte-americanos, Microsoft e Nvidia, partilham a posição de pioneiras e protagonistas no setor em forte crescimento da inteligência artificial generativa.
As cotações destas duas ações dispararam desde o surgimento, no final de 2022, o ChatGPT. A ferramenta da OpenAI revelou, sobretudo junto do grande público, as amplas possibilidades deste tipo de inteligência artificial.
Desde então, as capitalizações bolsistas da Microsoft e da Nvidia têm aumentado e aproximam-se agora dos 4 biliões de dólares, valores inéditos.
Parceira principal da OpenAI, a Microsoft integra ferramentas de IA como o Copilot e OpenAI no seu ecossistema de software bem conhecido, incluindo o sistema operativo Windows e o Office.
Como gigante da cloud (Azure), investe também massivamente na modernização e construção de novos centros de dados, essenciais para operar modelos de IA cada vez mais potentes, que exigem elevada capacidade de cálculo e processamento de dados.
A Nvidia é historicamente conhecida pelos seus processadores (GPU) para placas gráficas vocacionadas para os videojogos. Agora, concebe igualmente os chips tecnologicamente mais avançados para executar modelos de IA generativa.
Em posição de quase monopólio, beneficia de enorme liberdade na fixação de preços, sobretudo num momento em que a procura excede claramente a oferta.
A filosofia de investimento da DECO PROteste Investe para as ações assenta em quatro critérios principais: qualidade dos fundamentais, valorização da ação, risco da ação e momentum (dinâmica da cotação).
Estes quatro fatores são reconhecidos como determinantes na identificação de ações com expectativa de rentabilidade superior à média.
A ação ideal para compra é de qualidade, pouco valorizada, de baixo risco e com cotação em tendência ascendente. Porém é raro encontrar ações com todas estas características. Por isso, muitas vezes recomendamos ações que cumpram apenas dois ou três critérios entre os quatro ideais.
Ambos os grupos apresentam solidez financeira, com um endividamento líquido negativo. Os níveis de rentabilidade são elevados, com margens operacionais recorde em 2024/25: 45,6% para Microsoft e 62,4% para Nvidia, contra uma média de 16% para ações americanas.
Ambos os grupos dispõem de barreiras de entrada significativas, permitindo grande liberdade na fixação de preços.
– A Microsoft conta com uma base de clientes fidelizada graças ao seu ecossistema (Azure, Windows, Office), constantemente enriquecido com novas funcionalidades, incluindo ferramentas de IA como o Copilot.
– A Nvidia detém os chips mais avançados do mercado para IA, assegurando posição de quase monopólio num mercado em forte crescimento, além de um ecossistema próprio com a linguagem de programação CUDA.
Seriam necessários investimentos colossais para que outra empresa pudesse pensar em desafiar as posições sólidas destas duas empresas. Conclusão: empate
Em termos de rácios de valorização tradicionais, ambas as ações estão generosamente valorizadas.
O rácio cotação/lucro esperado para os próximos 12 meses é de 31 para Microsoft e 30 para Nvidia, contra uma média de 23 para ações americanas.
Portanto, estas cotações refletem um prémio de cerca de 30% sobre o mercado em geral. Porém, não aumentou significativamente nos últimos anos e não nos parece exagerado.
Com efeito, as perspetivas de crescimento do lucro a médio-longo prazo das duas empresas são impulsionadas pelo potencial da IA e superiores à média das ações norte-americanas. Conclusão: empate.
A análise da evolução das cotações nos últimos meses não permite identificar tendência clara. As cotações da Microsoft e Nvidia sofreram quedas até início de abril.
Em seguida, e apesar de alguns momentos de tomada de mais-valias, registaram novos máximos históricos. O otimismo regressou à medida que surgiram recuos ou negociações nas tarifas alfandegárias anunciadas pelo presidente Donald Trump. Conclusão: empate.
Este indicador é o que mais distingue a Microsoft da Nvidia. A ação Microsoft apresenta menor risco (2/5 na nossa escala), enquanto Nvidia apresenta risco elevado (4/5). Esta última empresa é significativamente mais volátil, com um Beta superior a 2, o dobro de Microsoft.
Entre a cotação máxima observada em novembro de 2021 e o mínimo de outubro de 2022, a cotação da Nvidia caiu 66%. No mesmo período, a Microsoft recuou 38%.
Além disso, Nvidia enfrenta maiores incertezas nos lucros e exposição relevante às tensões Estados Unidos e a China, bem como a novas tarifas de Trump sobre os semicondutores. Conclusão: vantagem Microsoft.
A Microsoft e Nvidia tornaram-se as empresas mais valorizadas em bolsa por mérito próprio. Fortes nos seus mercados – software e cloud para Microsoft, processadores para Nvidia – beneficiam atualmente do impulso da Inteligência Artificial generativa.
Ambas possuem fundamentais sólidos e cotações em níveis razoáveis. O fator decisivo que nos impede de recomendar a compra da Nvidia é o risco mais elevado, historicamente associado a desempenhos inferiores.
Se já detém ações Nvidia pode manter. Para beneficiar da temática da inteligência artificial, preferimos a Microsoft, que cumpre melhor os nossos critérios de compra.