Intel
Manter
A cotação da Intel disparou após o anúncio de uma parceria com a Nvidia para desenvolver novas gerações de produtos para centros de dados e computadores pessoais.
A Intel irá conceber processadores centrais (CPU) para centros de dados que combinem tecnologias das duas empresas, integrando as unidades gráficas (GPU) da Nvidia, especialmente adequadas para modelos de inteligência artificial. No segmento dos PC, as GPU da Nvidia serão incorporadas nos chips X86 da Intel.
No âmbito deste acordo, a Nvidia investirá 5 mil milhões de dólares na Intel, o que lhe dará cerca de 4% do capital. É uma injeção financeira bem-vinda para a Intel, mas o aspeto mais relevante poderá residir noutro ponto.
Mesmo sem anúncio oficial, a Nvidia pode tornar-se o cliente-chave aguardado pela Intel para a atividade de produção de semicondutores (“Fabs”), que está no centro da sua estratégia de reorientação. Não alteramos o conselho. Pode manter Intel apenas se aceitar um risco acima da média.
Procter&Gamble
Vender
A Procter&Gamble nomeou um novo CEO que assumirá funções em janeiro. Shailesh Jejurikar terá como principal tarefa concretizar a reestruturação anunciada em junho.
Esta prevê a redução de 7000 postos de trabalho (6% do total) ao longo de dois anos e a reorganização do portefólio de produtos. A decisão surge num momento menos favorável. A P&G já tinha revisto em baixa as previsões de vendas e lucros.
No quarto trimestre de 2024/25, a P&G recuperou algum dinamismo graças a aumentos de preços que sustentaram o volume de negócios (+2% excluindo efeitos cambiais).
Esses aumentos deverão prolongar-se para compensar o impacto das tarifas, que afetarão negativamente os lucros em cerca de mil milhões de dólares em 2025/26.
Os resultados serão também penalizados pelos encargos de reestruturação: entre 1 e 1,6 mil milhões de dólares (0,4 a 0,7 dólares por ação). Apesar da fraca visibilidade quanto ao consumo das famílias nos EUA, a P&G antecipa um crescimento das vendas entre 1% e 5% em 2025/26.
A Procter & Gamble enfrenta a procura incerta e custos de produção mais elevados, resultantes das tarifas, com um plano de reestruturação e a nomeação de uma nova liderança. No entanto, a cotação ainda se mantém sobreavaliada tendo em conta as dificuldades.
Novo Nordisk e Eli Lilly
Manter
O 61.º Congresso Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes decorre em Viena. Este evento de referência na área da diabetes reúne numerosos especialistas e oferece às empresas a oportunidade de apresentar os seus produtos, em particular os novos comprimidos contra a obesidade.
A Novo Nordisk divulgou resultados favoráveis do Wegovy em comprimido de toma diária. Um estudo demonstrou ser tão eficaz quanto a versão injetável semanal em pacientes obesos ou com excesso de peso sem diabetes.
O medicamento encontra-se atualmente em avaliação pela autoridade reguladora norte-americana, cuja decisão está prevista para o final do ano. A Novo Nordisk já se prepara para o lançamento comercial em 2026.
Entretanto, a concorrente Eli Lilly pretende submeter ainda este ano o pedido de aprovação nos Estados Unidos para o Orforglipron. O laboratório norte-americano destaca um estudo que aponta maior eficácia do seu produto, tanto no controlo da glicemia como na perda de peso, em comparação com a versão oral do Wegovy.
Ambas as farmacêuticas continuarão a beneficiar do crescimento do mercado da obesidade. Tal como aconteceu com os tratamentos injetáveis, a Novo Nordisk poderá ser a primeira a lançar o comprimido (caso seja aprovado), mas o medicamento da Eli Lilly aparenta ser mais eficaz e deverá recuperar terreno ao longo do tempo.
Apesar desta vantagem da Eli Lilly, consideramos que a ação apresenta uma valorização demasiado elevada para justificar uma compra.
A Novo Nordisk, por sua vez, beneficiará do seu recente plano de transformação, mas a perda de quota de mercado para a Eli Lilly limita o seu potencial de crescimento.