Endesa, Exxon, Schneider
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Endesa aumenta os lucros
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Endesa aumenta os lucros
Endesa
Manter
No primeiro semestre, os proveitos da Endesa cresceram 4,5%, impulsionados pela subida da procura (+2,6% em Espanha; +2,9% nos mercados da Endesa) e pelo aumento dos preços. A atividade de geração (25% do lucro antes de juros e impostos) e a de distribuição (35%) registaram melhorias.
As margens também beneficiaram da eliminação do imposto temporário aplicado ao setor. Assim, a Endesa aumentou o lucro em 30% (0,98 euros por ação). Apesar dos números positivos, existem pontos críticos, como a perda de clientes e, sobretudo, a incerteza que envolve o setor elétrico em Espanha.
Este é praticamente o único mercado da Endesa e enfrenta o encerramento programado das centrais nucleares (40% da produção da Endesa), cujo processo começa em Almaraz (36% detido pela Endesa) e deverá concluir-se em 2035. Acresce ainda a revisão das tarifas do negócio de distribuição.
A proposta inicial (rentabilidade de 6,4%) representa uma melhoria face à atual (5,58%), mas permanece distante dos 7,7% exigidos pelo setor, o que coloca em risco a estratégia de investimento nas redes. As consequências do apagão Ibérico registado em abril podem influenciar de forma decisiva ambos os processos.
Em suma, os resultados da elétrica espanhola Endesa continuam a melhorar, mas a elevada dependência do mercado doméstico (Espanha), com vários dossiês em aberto, aumenta a incerteza sobre o futuro.
Exxon
Manter
A Exxon pondera vender as suas fábricas químicas no Reino Unido e na Bélgica por cerca de 1000 milhões de dólares. A decisão surge num contexto de pressões económicas resultantes das tarifas americanas e da concorrência chinesa.
A operação tem como objetivo realocar capitais para projetos mais rentáveis, nomeadamente nos Estados Unidos, num quadro de racionalização global da indústria química europeia.
Schneider
Comprar
A evolução recente da cotação da Schneider tem sido dececionante. No entanto, não há surpresas negativas. Na publicação dos resultados semestrais, a Schneider confirmou as previsões anuais: +10% a 15% do lucro operacional para +7% a 10% do volume de negócios.
Além disso, continua a investir em setores dinâmicos como a inteligência artificial e a gestão do consumo de energia. Contudo, os investidores mostram reservas perante a evolução das receitas na área da automação: -0,9% no primeiro trimestre e -1,1% no segundo.
A procura nas indústrias, nomeadamente automóvel e eletrónica, abrandou no início do ano. A Schneider antecipa uma melhoria gradual no segundo semestre. Outro fator que suscita prudência entre os investidores é a escassez de comentários sobre a atividade ligada à IA e aos centros de dados.
Enquanto os gigantes do setor anunciam investimentos recorde, a Schneider mantém uma postura muito discreta. Estará a Schneider a perder quota de mercado para a Vertiv, Siemens e Eaton?
Não obstante, mantemos confiança no desenvolvimento desta atividade e a Schneider indica estar a aumentar as capacidades de produção para responder à procura. Apesar das dúvidas do mercado, a Schneider continua bem posicionada nos seus setores de crescimento para os próximos anos.