ASML, BMW, Novo Nordisk
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A Sofina beneficia do investimento da ASML na Mistral
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Sofina beneficia do investimento da ASML na Mistral
ASML e Sofina
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A ASML, gigante tecnológico neerlandês que projeta e comercializa equipamentos de ponta para a indústria dos semicondutores, investiu 1,3 mil milhões de euros na Mistral AI. Esta última é um unicórnio francês especializado em inteligência artificial generativa e concorrente direto do ChatGPT, Perplexity e Gemini.
Com este investimento, a ASML fica com uma participação de 11% e assento no conselho de administração. Esta ligação estratégica permitirá ainda reforçar a produtividade, otimizar a produção e a investigação através de futuros desenvolvimentos em inteligência artificial.
Para a Mistral, além da entrada de capital, a associação com a empresa de referência mundial em equipamentos de litografia para semicondutores garante-lhe maior notoriedade. Criada na primavera de 2023, e já avaliada em 11,7 mil milhões de euros, a Mistral posiciona-se como alternativa europeia ao domínio norte-americano no campo da inteligência artificial.
A holding Sofina destacou-se como investidora inicial da Mistral em duas rondas de investimento. A primeira em 2023, quando a Mistral estava avaliada em cerca de 250 milhões de euros, e em 2024, quando a avaliação atingia aproximadamente 6 mil milhões. Embora a sua participação direta seja inferior a 0,4%, perspetiva-se uma mais-valia potencial de várias dezenas de milhões de euros.
Além disso, Sofina está também exposta à OpenAI (ChatGPT), de forma indireta, através de vários fundos. Aproveite o desconto atual de 17% entre a cotação da Sofina e o valor do seu portefólio.
A ASML merece igualmente a recomendação de compra.
BMW
Manter
O novo SUV iX3, primeiro modelo baseado na plataforma Neue Klasse, inaugura uma nova etapa na mobilidade elétrica. A estratégia Neue Klasse constitui a maior transformação industrial da BMW com mais de 40 novos modelos elétricos e híbridos previstos até 2027.
A BMW promete uma rutura tecnológica, assente numa nova arquitetura, inovações significativas em software e baterias e produção europeia. Num setor marcado pelas tarifas dos EUA e a ascensão dos fabricantes chineses, a BMW assume um risco elevado.
O objetivo passa por rentabilizar o maior investimento realizado numa única arquitetura automóvel, no valor de 10 mil milhões de euros. A força da marca e a qualidade dos veículos podem sustentar preços elevados nos mercados ocidentais, mas a recuperação na China será mais difícil.
As vendas caíram 16% no primeiro semestre devido à concorrência local e a fragilidade do crescimento económico chinês. O iX3 ambiciona tornar-se uma referência tecnológica. A dúvida é se conseguirá impulsionar a recuperação da BMW no mercado chinês.
As pressões sobre preços, tecnologia e desempenho continuam elevadas. A BMW, que manteve recentemente as previsões para 2025, revela alguma solidez operacional, desde que consiga afirmar a nova gama e lidar com os desafios das tarifas.
Novo Nordisk
Manter
Após a nomeação de um novo CEO no mês passado, a Novo Nordisk já tinha anunciado a suspensão das contratações para funções não essenciais.
Mas a farmacêutica avança agora com uma transformação estrutural destinada a simplificar a organização, acelerar a tomada de decisões e concentrar os recursos nas oportunidades de crescimento nas áreas do diabetes e da obesidade. O plano prevê a eliminação de 9000 postos de trabalho (11,5% do total de efetivos).
O objetivo é alcançar, até ao final do exercício de 2026, poupanças anuais de 8 mil milhões de coroas dinamarquesas (1,07 mil milhões de euros), cerca de 1,8 coroa dinamarquesa por ação. No imediato, a reestruturação terá um custo de 9 mil milhões de coroas e será registado no terceiro trimestre.
A Novo Nordisk passou agora a prever um crescimento do lucro operacional entre 4 e 10% excluindo efeitos cambiais (antes 10 a 16%). Estas medidas surgem perante a desaceleração do crescimento, com o Wegovy (obesidade) e o Ozempic (diabetes) a enfrentar uma concorrência cada vez mais intensa dos produtos da norte-americana Eli Lilly.
A Novo Nordisk reagiu de forma enérgica para se manter competitiva face à concorrência. Esta decisão agradou, mas a cotação continua pressionada. Considerando as incertezas, pode manter.