Applied Materials
Vender
A Applied Materials regista uma desvalorização em euros de 3% ao longo do último ano, em comparação com um ganho de 27% do setor tecnológico global. Este fenómeno explica-se pelas persistentes tensões entre os EUA e a China, um mercado importante (30% das receitas) e que poderá fechar-se progressivamente.
Em meados de agosto, a Applied Materials apresentou perspetivas dececionantes para o último trimestre do exercício de 2024/25. A evolução esperada do volume de negócios deverá situar-se entre -12% e +2% e o lucro por ação entre -18% e 0%, em base comparável (+8% e +17% no trimestre anterior). A desaceleração da procura chinesa e de importantes clientes justifica, segundo a administração, este fraco desempenho.
Mais recentemente, indicou que o apoio do Governo norte-americano às empresas de fabrico de semicondutores, como a Intel, não aumentará a procura global de equipamentos do setor. Apesar disso, espera-se um crescimento significativo a médio-longo prazo, impulsionado pelo boom da inteligência artificial.
Estimamos lucros por ação de 8,48 dólares em 2024/25 e de 9,7 dólares em 2025/26. A cotação continua demasiado elevada face ao risco da forte exposição à China e às limitadas vantagens competitivas da Applied Materials: venda.
Carrefour
Manter
Após a alienação de todas as suas atividades em Itália, o Carrefour estará agora a planear retirar-se também da Polónia e da Argentina. De acordo com a imprensa francesa, já terá sido mandatado um banco de investimento para sondar eventuais interessados. Esta operação insere-se na revisão estratégica dos seus ativos, anunciada pelo CEO em maio, na assembleia geral.
Sofina
Comprar
O futuro do TikTok nos Estados Unidos deverá ficar definido em breve. Um acordo terá sido alcançado para a compra das atividades da rede social (detida pela chinesa ByteDance) por um consórcio formado pela Oracle e dois fundos de investimento. A operação será oficializada no encontro entre Trump e Xi Jinping.
Até agora, a proibição da plataforma em território norte-americano, por razões de segurança nacional, tinha sido sucessivamente adiada. A ByteDance deverá manter uma participação minoritária, mas os dados dos 170 milhões de utilizadores norte-americanos passarão a ser totalmente geridos nos EUA, enquanto o consórcio ficará com a licença do algoritmo. Resta ainda esclarecer qual será o grau de controlo técnico.
A notícia é relevante para a Sofina. Desde que entrou no capital da ByteDance em 2016, esta empresa tornou-se a sua principal participação. Considerando tanto a posição direta como as indiretas, a ByteDance representa atualmente cerca de 5% do valor intrínseco da carteira da Sofina.
Ainda não se conhece o valor da venda das atividades norte-americanas do TikTok, mas a transação elimina uma incerteza política significativa e abre caminho a uma eventual entrada em bolsa da ByteDance. Caso contrário, a Sofina poderá vender de forma mais gradual e em melhores condições a totalidade ou parte da sua participação. Uma pequena parcela já foi alienada no início do ano. A cotação da Sofina continua a negociar com um desconto de cerca de 16% face ao valor intrínseco.
