American Express, BBVA, LVMH
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

O falecimento de Giorgio Armani desencadeou especulações sobre o futuro da marca italiana. A LVMH é uma candidata à sua aquisição.
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
O falecimento de Giorgio Armani desencadeou especulações sobre o futuro da marca italiana. A LVMH é uma candidata à sua aquisição.
American Express
Comprar
A descida das taxas pela Fed constitui uma boa notícia para a American Express. A redução do custo do dinheiro e a possibilidade de novas descidas deverá impulsionar o consumo, incluindo o dos titulares de cartões Amex.
Atualmente, 77,7% do volume de negócios é realizado nos EUA. A baixa dos juros também melhora a capacidade de reembolso dos clientes, reduzindo o risco de incumprimento. Nos próximos trimestres, o consumo deverá manter a resiliência, em linha com o cenário da administração.
A Amex prevê uma expansão da atividade junto dos particulares, embora mantenha cautela relativamente às PME. A conjuntura económica permite ainda à Amex aumentar as comissões anuais dos seus cartões, como sucedeu recentemente com o Platinum dirigido ao segmento de elevado rendimento.
No plano internacional, a Amex mantém ambição de maior crescimento, beneficiando de uma base inicial limitada. A administração refere o aumento da sua presença em diversos mercados nos últimos meses.
Os objetivos para 2025 foram confirmados: +8% a 10% de receitas (+7% no primeiro semestre) e um lucro ajustado por ação entre 15 e 15,5 dólares (7,7 dólares no primeiro semestre). Focando-se nos clientes mais abastados, assegura uma progressão consistente dos lucros.
BBVA
Manter
O BBVA melhorou a OPA sobre o banco Sabadell e alterou a sua natureza. A nova relação de troca será de 1 ação do BBVA por cada 4,8376 ações do Sabadell, o que representa uma alteração significativa face à proposta anterior (1 ação do BBVA e 0,70 euros em numerário por cada 5,5483 ações do Sabadell). A oferta sobe assim cerca de 10% e passa a exclusivamente em ações. Os acionistas do Sabadell que já tenham aceitado a oferta beneficiarão igualmente destas condições melhoradas.
O Conselho de Administração do BBVA decidiu ainda não introduzir novas melhorias na contrapartida e prolongar o prazo de aceitação. Este fica agora suspenso até que a CNMV (autoridade supervisora espanhola) aprove, nos próximos dias, a alteração da oferta. O Conselho de Administração do Sabadell terá ainda de se pronunciar sobre a nova oferta no prazo de cinco dias após a aprovação pela CNMV. Não alteramos o conselho para o BBVA: manter.
LVMH
Vender
O falecimento de Giorgio Armani desencadeou especulações sobre o futuro da marca italiana. A LVMH é uma candidata à sua aquisição. Até agora, nenhuma valorização oficial da Armani foi divulgada. Contudo, a marca icónica coloca a fasquia elevada: mais de 7 mil milhões de euros, 3,2 vezes o volume de negócios da Armani, em linha com a LVMH.
A LVMH tem capacidade para avançar com a operação graças à solidez financeira, desde que consiga gerar sinergias na distribuição e no marketing com o seu portefólio de moda (metade das receitas: Christian Dior, Fendi e Kenzo).
Outro objetivo seria apoiar o crescimento da Armani, cujo volume de negócios permanece estagnado em torno dos 3 mil milhões há vários anos e, caiu 5% em 2024, contrastando com uma subida de 1% da LVMH.
Ao longo do tempo, a LVMH ganhou experiência na integração de nomes de moda, incluindo várias marcas italianas. Os três segmentos da Armani — moda, óculos e perfumes — teriam lugar dentro do grupo francês. A compra seria especial, mesmo representando apenas 3% do volume de negócios da LVMH.
A LVMH procura reanimar as vendas num mercado do luxo marcado por menor crescimento. A recuperação não passa pela eventual aquisição da Armani, que, ainda assim, representaria uma grande conquista.