Os resultados do primeiro semestre da EDP Renováveis (EDPR) ainda não deram sinais claros de melhoria, com o lucro a descer 56% para 0,09 euros por ação. Ainda assim, as receitas cresceram 18%, estimuladas pelo mercado americano, com a produção global do grupo a subir 12%, apesar da quebra de 9% do preço médio de venda.
O EBITDA recuou 1% mas, se excluirmos os ganhos com rotação de ativos de 2024, o EBITDA subiu 20%, refletindo também uma melhoria da eficiência operacional. Este ano, apenas haverá vendas de ativos contabilizadas no segundo semestre, o que irá estimular o lucro desse período, pelo que a EDPR manteve as metas para 2025.
A nível financeiro, o resultado piorou 10% sobretudo devido ao aumento da dívida, apesar do ligeiro recuo do seu custo médio.
Após ter baixado as metas de investimento e de crescimento, face à conjuntura setorial menos propícia, a EDPR está mais focada nos seus principais mercados (Europa e América do Norte) e aposta na energia solar, devido à maior preponderância da eólica no seu portfólio.
A empresa continua a crescer (capacidade instalada aumentou 18% no último ano) mas o ritmo abrandou, até porque já se percebeu que a transição energética será um processo mais gradual do que se vaticinou no pós pandemia.
Baixámos um pouco as previsões de lucros por ação de 0,32 para 0,30 euros em 2025 e de 0,43 para 0,42 euros em 2026.
Conselho
Apesar do seu posicionamento no mercado e da sua boa diversificação geográfica e tecnológica, a EDPR continua pressionada pelas dificuldades de um setor cujas expectativas, embora favoráveis a longo prazo, foram demasiado empoladas. A ação está barata, pelo que pode comprar.
