Ahold Delhaize, Eli Lilly, Novo Nordisk, Generali
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Eli Lilly e Novo Nordisk competem pelo mercado antiobesidade
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Eli Lilly e Novo Nordisk competem pelo mercado antiobesidade
Ahold Delhaize
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No segundo trimestre, o volume de negócios da Ahold aumentou dos dois lados do Atlântico. No total, cresceu 3,3% ou 6,5% excluindo os efeitos cambiais. O lucro operacional subiu 1,9%, excluindo elementos não recorrentes, superando ligeiramente as expectativas do mercado.
Nos Estados Unidos (58% da faturação), a rentabilidade da Ahold continua a ser pressionada pelas promoções, com uma margem operacional de 4,4%.
Na Europa, a margem operacional manteve-se estável em 3,7%, refletindo o dinamismo da região. No primeiro semestre, o lucro por ação aumentou 12%, atingindo 1,21 euros. Por seu turno, o dividendo intercalar foi aumentado em 1 cêntimo para 0,51 euros.
Para o exercício de 2025, a Ahold Delhaize confirmou as perspetivas: margem operacional estável em cerca de 4% (após 3,9% no primeiro semestre) e aumento de 5% a 9% no lucro por ação, assumindo um câmbio médio de 1 euro = 1,10 dólares.
As tendências observadas no primeiro trimestre mantêm-se e o dividendo foi aumentado. A ação da Ahold Delhaize mantém potencial e não alteramos o conselho.
Eli Lilly
Manter
A Eli Lilly apresentou bons resultados no segundo trimestre, com aumentos de 37% no volume de negócios (excluindo efeitos cambiais) e de 61% no lucro por ação (excluindo itens excecionais). Esta evolução resultou sobretudo da dinâmica do Mounjaro (+68%) e do Zepbound (+172%). Com este desempenho, a Eli Lilly reviu em alta as previsões para 2025.
No entanto, a cotação foi penalizada por um estudo que revelou que a Orforglipron (novo comprimido experimental para emagrecimento) é menos eficaz do que o Wegovy da Novo Nordisk. Esta conclusão dececionou o mercado, que esperava mais com base nos primeiros resultados. A situação beneficiou a Novo Nordisk.
Novo Nordisk
Manter
A Novo Nordisk reviu em baixa as ambições. Era esperada uma melhoria após a proibição da venda de preparações equivalentes (temporariamente autorizadas) dos medicamentos Ozempic (antidiabético) e Wegovy (obesidade) nos EUA.
Contudo, a farmacêutica emitiu um novo aviso sobre os resultados. Espera agora um crescimento das vendas em 2025 entre 8% e 14% (excluindo efeitos cambiais), abaixo do intervalo anterior de 13% a 21%. O crescimento do lucro operacional (excluindo efeitos cambiais) será de 10% a 16% (antes 16% a 24%).
Esta revisão resulta da continuação das vendas de preparações equivalentes (a Novo Nordisk iniciou processos judiciais), da forte concorrência da Eli Lilly e da expansão mais lenta do que o previsto em novos mercados.
Perante as dificuldades, o novo CEO Maziar Mike Doustdar poderá não conseguir alterar o rumo. O principal desafio será recuperar terreno nos EUA, o maior mercado. Mesmo assim, no primeiro semestre, a Novo Nordisk manteve um dinamismo assinalável: vendas +18% e lucro operacional +25%.
A visibilidade dos resultados permanece fraca e a Novo Nordisk perde bastante quota de mercado para a Eli Lilly. Não se espera uma mudança imediata, mas o grupo continua sólido e o setor da obesidade mantém um crescimento significativo.
Generali
Manter
A Generali registou um lucro líquido de 2,2 mil milhões de euros, mais 10,4% do que no mesmo período de 2024. O crescimento foi impulsionado pelos seguros não-vida, que aumentou em todas as principais regiões, e pelo segmento vida, que registou uma captação líquida de 6,3 mil milhões de euros, com bons resultados em todas as linhas de produto.
Os indicadores técnicos também melhoraram. O rácio combinado recuou para 91%, evidenciando uma gestão eficiente. O rácio de solvência subiu para 212%, beneficiando ainda do início do programa de compra de ações próprias de 500 milhões de euros.
No capítulo das operações extraordinárias, a Generali continua a avaliar a parceria com a Mediobanca sobre a Banca Generali. A Generali confirmou disponibilidade para prosseguir o diálogo, mas mantém um posicionamento prudente, respeitando os processos e prazos internos.
Apesar das declarações de abertura, o acordo parece ainda distante. Contudo, as conversações poderão evoluir rapidamente nas próximas semanas. Paralelamente, a Generali reforça a sua posição no mercado europeu, suportada por um semestre que fortalece os objetivos do plano “Lifetime Partner 27”.