Nvidia
Manter
Dia 9 de julho, a Nvidia entrou para a história ao tornar-se a primeira empresa a ultrapassar os 4 biliões de dólares de capitalização bolsista. Superou a Apple, que não conseguiu atingir essa fasquia no final de 2024. A cotação da Nvidia acumula uma valorização de 21% desde o início do ano e uma impressionante recuperação de 88% desde o mínimo intradiário registado a 7 de abril.
A 9 de abril, a suspensão por 90 dias dos direitos aduaneiros pelo presidente Trump serviu de catalisador, tal como o alívio das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, país-chave na indústria dos semicondutores.
Os últimos resultados trimestrais da Nvidia confirmam uma procura robusta por parte dos gigantes da cloud como a Microsoft, Amazon.com, Meta e Alphabet, que competem intensamente para oferecer os melhores modelos de inteligência artificial generativa. Estes modelos exigem processadores especializados e cada vez mais sofisticados, um mercado amplamente dominado pela Nvidia.
Deve entrar agora nesta ação? Não parece oportuno porque a ação está demasiado cara neste momento para justificar uma compra. Embora o volume de negócios deva crescer 50% no segundo trimestre de 2025/26 (ano fiscal termina a 31 de janeiro), espera-se depois uma desaceleração para cerca de 20%.
A concorrência está a intensificar-se, atraída pelas fortes perspetivas do mercado, e os investimentos dos principais clientes deverão abrandar. Neste contexto, a ação está demasiado valorizada, com um rácio cotação/lucro esperado de 37 em 2025/26, face à média de 25 no setor dos semicondutores.
H&M
Manter
No primeiro semestre de 2024/25 (ano fiscal termina a 30 de novembro), as vendas caíram 1%, apesar da redução de 4% no número de lojas. As vendas online tiveram um bom desempenho e representaram mais de 30% das vendas no segundo trimestre.
A H&M está a expandir a sua presença em mercados com maior crescimento, com a abertura das primeiras lojas e do canal online no Brasil na segunda metade de 2025. A administração autorizou a compra de ações próprias de classe B até ao máximo de 1,1 milhões de ações, num montante total de 175 milhões de coroas suecas. Este programa terminará a 17 de julho.
O lucro líquido semestral foi de 2,85 coroas suecas por ação (face a 3,9 no ano anterior). A geração de liquidez diminuiu e os stocks aumentaram ligeiramente (+1%). Reduzimos a previsão de lucro para o total de 2024/25 para 7,5 coroas suecas, mas mantemos a estimativa para 2025/26 em 7,8 coroas suecas.
Sonova
Manter
O exercício de 2024/2025 da Sonova demonstra a resiliência do líder mundial em saúde auditiva numa conjuntura desafiante. A empresa suíça registou um crescimento sólido das receitas (+6,6%), impulsionado pelo lançamento da plataforma Sphere Infinio e a expansão internacional. O lucro líquido caiu 10%, devido ao aumento dos custos e da carga fiscal.
A estratégia da Sonova, baseada na inovação (IA nos aparelhos auditivos), diversificação (reforço da presença nos produtos de consumo) e integração vertical permite limitar o impacto das tarifas.
A maioria dos produtos da Sonova também beneficia de isenções ou taxas reduzidas, mas há pressão sobre as margens devido aos custos dos componentes eletrónicos, baterias, semicondutores e materiais críticos usados na produção e sujeitos a tarifas mais elevadas, sobretudo os provenientes da China.
Um franco suíço muito forte, também penaliza os resultados. Tendo em conta o impacto da apreciação do franco e o aumento da carga fiscal (novas regras fiscais internacionais na Suíça), reduzimos as previsões de lucro por ação: 10,5 francos neste exercício e 11,70 no seguinte.
A solidez dos fundamentos mantém-se: crescimento do volume de negócios, rentabilidade elevada e balanço saudável com dívida controlada. Porém, o curto prazo trava o interesse dos investidores