Comprar ações da Coca-Cola ou da PepsiCo?
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Coca-Cola e PepsiCo são ações defensivas
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Coca-Cola e PepsiCo são ações defensivas
Da nossa análise, a Coca-Cola sai claramente como a vencedora, mas são ambas ações defensivas e que permitem reduzir o risco da carteira.
- A Coca-Cola valorizou 7,2% nos últimos 12 meses (+12,6% desde o início do ano).
- A PepsiCo atravessa uma fase difícil: a cotação caiu 12,2% nos últimos 12 meses (-2,8% desde janeiro).
Os resultados trimestrais dos gigantes das bebidas (não alcoólicas) não geraram o mesmo entusiasmo que os das tecnológicas. O mercado está mais ávido por surpresas e sinais fortes de crescimento.
Coca-Cola
Comprar
A Coca-Cola superou ligeiramente as expectativas no segundo trimestre. O volume de negócios cresceu 2,5% em base comparável. A empresa beneficiou da procura por bebidas sem calorias e de aumento de preços que compensaram a subida dos custos e a queda de 1% nos volumes. A administração reviu em alta as previsões para 2025 e espera agora um aumento de 3% no lucro ajustado (antes +2% e +3%).
A Coca-Cola aposta na expansão em mercados emergentes como a Índia e a China, adaptando a sua oferta às preferências locais. E continua a diversificar o portefólio. Além dos refrigerantes tradicionais, foca-se em inovações em bebidas sem açúcar, água e bebidas energéticas, respondendo às novas tendências de consumo. A política de preços dinâmica sustenta a rentabilidade num contexto de inflação e concorrência crescente.
A Coca-Cola apresenta uma rentabilidade superior à da PepsiCo (margem operacional de 30,5% contra 15,2%), concentrando-se nas atividades de maior valor acrescentado no setor das bebidas, ao contrário da PepsiCo, cuja divisão de snacks pressiona a rentabilidade do grupo.
O crescimento da Coca-Cola nas bebidas mais saudáveis, a sua presença global, a notoriedade da marca e o crescimento constante dos dividendos fazem dela um investimento resiliente a longo prazo, mesmo em períodos de turbulência nos mercados. Estes fatores explicam a boa performance da cotação desde o início do ano.
Com um rácio cotação/lucro de 24 vezes para 2026 (23 da média da bolsa norte-americana) e um potencial de crescimento de lucros modesto a longo prazo, a Coca-Cola não rivaliza com os grandes nomes da tecnologia. No entanto, é interessante para carteiras defensivas ou para reduzir o risco global do portefólio.
Warren Buffett, através da Berkshire Hathaway, é um acionista importante da Coca-Cola.
Alteramos o conselho de manter para comprar.
PepsiCo
Não comprar
Enquanto a Coca-Cola se concentra nas bebidas não alcoólicas, a PepsiCo comercializa a Pepsi e diversos snacks. No segmento das bebidas, o grupo perde quota de mercado para os concorrentes, enquanto a atividade alimentar enfrenta dificuldades.
Tal como a Nestlé, Danone e a Kraft, a PepsiCo enfrenta a concorrência das marcas brancas mais baratas. O crescimento dos snacks também é travado pela procura dos consumidores por produtos mais saudáveis.
No segundo trimestre, a PepsiCo apresentou resultados ligeiramente acima das expectativas. O grupo iniciou um reposicionamento para produtos considerados mais saudáveis. É exemplo a aquisição recente de uma nova marca de refrigerantes com baixo teor calórico.
Mantém os objetivos para 2025, mas já tinham sido revistos em baixa aquando da apresentação dos resultados do primeiro trimestre. A PepsiCo apontava então para a fraca procura dos seus produtos em alguns mercados importantes.
Em bolsa, a PepsiCo é pouco arriscada e está pouco valorizada, com um rácio cotação/lucro de 16,8 vezes para 2026, face a uma média histórica de 28. No entanto, este desconto reflete desconfiança dos investidores quanto às perspetivas do grupo. E justificadamente.