BlackRock, Nestlé, Solvay
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A liderança da BlackRock é incontestável
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A liderança da BlackRock é incontestável
BlackRock
Comprar
A cotação da BlackRock caiu após a publicação dos resultados trimestrais e depois de ter atingido os seus máximos históricos. O próximo desafio é desenvolver novas fontes de lucro.
O segundo trimestre foi fraco para a líder mundial da gestão de ativos, que captou apenas 46 mil milhões de dólares em novos capitais. Um grande cliente institucional retirou 52 mil milhões de dólares da BlackRock.
Os custos aumentaram 23% devido à compra da GIP (fundo de infraestruturas) e da Preqin (dados) nos últimos meses. Como consequência, o lucro operacional caiu 3,8% (mas subiu 12% sem esses custos não recorrentes). O lucro por ação ajustado aos elementos não recorrentes ficou em linha com as previsões e a administração mantém os objetivos ambiciosos de crescimento.
A BlackRock continua a beneficiar da procura por produtos de investimento como os ETF e diversifica as atividades nos mercados privados. A cotação continua interessante para beneficiar da subida das bolsas no médio prazo. Apesar de não apresentar um desconto, a BlackRock continua a ser a nossa preferida no setor.
Nestlé
Manter
A Nestlé anunciou a substituição do presidente em abril de 2026 pelo antigo diretor executivo da Inditex (Zara). Esta mudança surge após a nomeação de um novo CEO no ano passado.
Alterações que refletem o descontentamento dos grandes acionistas com a cotação (-17,4% em 12 meses). As tentativas de revitalizar as atividades têm sido lentas. Os indicadores do primeiro trimestre foram pouco animadores: apenas +0,7% nos volumes e +2,8% nas receitas, impulsionadas pela subida de 2,1% nos preços.
Num setor muito competitivo, marcado pela desconfiança em relação à “comida processada” e menor poder de compra, que leva os consumidores a preferirem marcas brancas, a Nestlé enfrenta dificuldades.
Os preços de venda de congelados (pizzas, pratos preparados) na América do Norte estão sob pressão e a saúde deste segmento permanece frágil, afetada por consumidores mais sensíveis ao preço, concorrência e mudanças nos hábitos alimentares. As medidas da nova direção para relançar a atividade são, por isso, aguardadas com expectativa.
A Nestlé mantém-se sólida no café e na alimentação para animais. Nas águas, procura um parceiro para vender parte da atividade. Para já, a difícil conjuntura de mercado complica os aumentos de preços. Outro dossiê é o futuro da participação na L’Oréal (avaliada em 40 mil milhões de euros).
Solvay
Comprar
Com a guerra comercial, os clientes da Solvay tornaram-se mais cautelosos. No primeiro trimestre, os volumes vendidos caíram 6,7% e a situação não deverá melhorar. O lucro operacional, que já tinha recuado 5,9% no primeiro trimestre, deverá ter caído 23% no segundo trimestre.
Alguns mercados continuam desafiantes: carbonato de sódio (41% das vendas; vidro, baterias, painéis solares, detergentes) e das atividades Coatis (13%; solventes, tintas de impressão, produtos de limpeza). Com base nas encomendas, o segundo semestre também será difícil.
A Solvay prevê agora um lucro operacional entre 880 e 930 milhões de euros (antes 1 a 1,1 mil milhões). Se ficar a meio do novo intervalo, representa uma queda de 14% face ao ano anterior (antes -5%). Com câmbio constantes até ao final de 2025 é um lucro por ação de 2,57 euros (antes 3,15 euros).
Apesar da fraca visibilidade sobre a evolução dos mercados, a Solvay confirma uma liquidez excedentária de 300 milhões de euros. Vai limitar os investimentos a 300 milhões de euros (300 a 350 previstos no início do ano) e continuará a dispor de 255 milhões para pagar o dividendo de 2,43 euros.
A Solvay diz que vai conseguir manter o dividendo e acreditamos que se manterá sustentável nos próximos anos. Com uma rentabilidade de 8,3%, o dividendo é o principal atrativo da ação.