Gilead, Pfizer, Thales
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

A China aposta cada vez mais na China para descobrir novos produtos inovadores.
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A China aposta cada vez mais na China para descobrir novos produtos inovadores.
Gilead
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A Gilead obteve luz verde da FDA, a autoridade sanitária norte-americana, para o Yeztugo (Lenacapavir), o primeiro tratamento preventivo contra o VIH administrado com uma única injeção semestral.
Espera-se uma decisão na Europa no segundo semestre de 2025. Segundo estimativas, as vendas do Yeztugo poderão atingir um pico anual entre 3 e 8 mil milhões de dólares. Este tratamento reforça o portefólio de medicamentos contra o VIH da Gilead, liderado pelo Biktarvy, responsável por 68% das vendas do grupo em 2024.
A FDA suspendeu dois ensaios clínicos da Gilead que testavam a combinação de dois tratamentos experimentais no VIH. Esta decisão surgiu após a identificação de efeitos secundários desfavoráveis.
A Gilead quer lançar até nove novos tratamentos contra o VIH até 2033 e dispõe, no geral, de um pipeline sólido com 58 projetos ativos no final de abril de 2025. Para 2025, a Gilead confirmou os seus objetivos de volume de negócios (entre 28,2 e 28,6 mil milhões de dólares) e de lucros (sem elementos excecionais), apesar de resultados mitigados no primeiro trimestre.
O mercado já antecipava a luz verde americana para o Yeztugo. No último ano, a ação subiu 70%. Mas, tendo em conta este novo tratamento e o desenvolvimento na oncologia, ainda não esgotou todo o seu potencial.
Apesar das incertezas que afetam o setor farmacêutico, a cotação da Gilead subiu 15% desde o início de 2025.
Pfizer
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Os laboratórios farmacêuticos apostam cada vez mais na China para descobrir novos produtos inovadores. A Pfizer vai investir 1,25 mil milhões de dólares (mas poderá ir até 4,8 mil milhões, consoante o sucesso clínico e comercial) para adquirir os direitos mundiais (excluindo a China) de um anticancerígeno em fase final de desenvolvimento. Chamado SSGJ-707, este tratamento deverá concorrer com o Keytruda da Merck, o medicamento mais vendido do mundo.
Esta aquisição faz parte da estratégia da Pfizer para reforçar o seu pipeline, sobretudo na oncologia. Com a ajuda da Seagen, comprada em 2023, a Pfizer quer lançar oito potenciais produtos de destaque até 2030.
Para 2025, a Pfizer manteve as previsões, apesar dos resultados mitigados no 1º trimestre. O volume de negócios ficou abaixo das expectativas. O lucro por ação (sem itens excecionais) superou previsões, graças ao programa de poupanças.
A Pfizer prevê vendas entre 61 e 64 mil milhões de dólares e lucros por ação (sem itens excecionais) entre 2,8 e 3 dólares. As previsões não incluem o possível estabelecimento de direitos aduaneiros nos EUA.
Apesar das incertezas nos EUA e a perda de patentes, a solidez financeira da Pfizer e os lançamentos de novos produtos sustentam o crescimento a longo prazo. Desde o início de 2025, a cotação da Pfizer caiu 8% e a ação permanece claramente subvalorizada, tendo em conta o seu potencial. Aproveite para comprar.
Thales
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A Thales mantém a nossa confiança, apesar da forte subida da cotação desde o início de 2025 (+60%). A carteira de encomendas de 51 mil milhões de euros, no final de 2024, equivale a 2,5 vezes o seu volume de negócios (3,5 vezes na defesa, que gera 53,8% do volume de negócios).
Este valor confirma o dinamismo comercial da Thales que, em 2025, deverá registar novas encomendas superiores ao volume de negócios (VN). A atividade beneficia do rearmamento na Europa, confirmado pelo aumento dos orçamentos europeus para a defesa. A Thales aumentou a produção para responder à procura, nomeadamente na Bélgica (rockets) e na Irlanda (mísseis).
As perspetivas de longo prazo na área da cibersegurança (19,6% do VN) também são positivas, embora as encomendas no primeiro trimestre de 2025 tenham sido fracas. Por outro lado, a situação da divisão espacial mantém-se pouco clara. A administração suspendeu o plano de recuperação para honrar novas encomendas de satélites.
A empresa também atua nos setores mais dinâmicos como os radares, onde se posiciona como um dos principais grupos europeus. A Thales desenvolve igualmente software para aumentar a eficácia dos drones militares.
Para continuar a crescer, a Thales pode realizar aquisições graças à solidez do seu balanço. Mas os preços dos ativos aumentaram bastante. Recentemente, a cotação da ação tem-se mantido estável em redor dos 245 euros, depois de uma valorização sustentada pelo rearmamento na Europa e a guerra na Ucrânia.