Em 2024, as receitas totais da Ibersol aumentaram 13,4% para 474 milhões de euros, incluindo a abertura de 65 novos restaurantes e da aquisição da NRS, operadora de mais de 30 estabelecimentos KFC na região de Valência, em Espanha.
A Ibersol tinha no final do ano passado 497 restaurantes próprios e 55 unidades franchisadas. No entanto, as vendas comparáveis aumentaram apenas 1,2%, ou seja, o crescimento orgânico foi bastante modesto.
O EBITDA cresceu 29,9% para 96 milhões de euros, e reflete alguns ganhos de escala (aumento do número de restaurantes). Contudo, o lucro líquido caiu 10,3% para 13,8 milhões de euros, ou seja, 0,33 euros por ação, ligeiramente abaixo do que esperávamos.
As amortizações e imparidades subiram para 72,2 milhões de euros, um acréscimo de 21,5 milhões de euros, sobretudo devido às novas concessões, e restaurantes que iniciaram atividade recentemente. A integração da NRS teve um impacto adicional de 2,6 milhões de euros. Esta pressão contabilística ajuda a explicar o desfasamento entre o crescimento do EBITDA e a queda do resultado líquido.
Ao nível da tesouraria, o montante em caixa reduziu-se 25% para os 141 milhões de euros, reflexo do pagamento de dividendos, recompra de ações próprias e aquisição da NRS.
A Ibersol comunicou ainda que irá pagar, a 13 de junho de 2025, um dividendo bruto de 0,70 euros por ação, num total superior a 29 milhões de euros. Este montante corresponde a mais do dobro dos lucros obtidos em 2024, o que só é possível graças à sólida posição de caixa da empresa e à confiança da administração no crescimento dos resultados.
Nesta altura de alguma turbulência nos mercados financeiros, a restauração é considerada um setor defensivo. Pelo menos no segmento da Ibersol, devido à sua forte presença em marcas de fast food. Os preços acessíveis captam uma procura estável mesmo em períodos de incerteza económica.
Os lucros têm sido pressionados pelo aumento dos custos variáveis e despesas de integração de novos ativos (em especial as conversões de pontos de venda em aeroportos), mas esses fatores estão agora estabilizados e não terão tanto impacto nos próximos anos.
Revemos em alta as nossas estimativas de lucros por ação para 0,44 euros em 2025 (antes 0,40) e 0,50 euros em 2026.