A Alibaba é um gigante chinês do comércio eletrónico. A empresa atua no e-commerce, cloud computing, logística e serviços financeiros. É um interveniente de peso no mercado asiático, com presença crescente a nível internacional.
A Alibaba quer tornar-se uma potência na inteligência artificial (12% do volume de negócios), respondendo à procura local da indústria, dos media, entre outros, antes de se expandir para outras regiões. Para isso, privilegia o investimento neste setor em detrimento da compra de ações próprias.
Este programa tem vindo a diminuir: 0,6 mil milhões de dólares no quarto trimestre de 2024/2025, contra 1,3 mil milhões no terceiro, 4,1 mil milhões no segundo e 5,8 mil milhões no primeiro.
Nos próximos três anos, a Alibaba planeia investir 380 mil milhões de yuans (50 mil milhões de dólares) em inteligência artificial, mesmo que afete temporariamente a rentabilidade.
O mercado poderá reagir negativamente se as margens caírem demasiado, sobretudo com o aumento da concorrência na China, com empresas como a Baidu e a DeepSeek. A disponibilidade de processadores de alto desempenho, devido às restrições das exportações dos EUA, continua a ser uma questão em aberto.
A concorrência e a guerra de preços também afetam a atividade de entregas ultrarrápidas (6% do volume de negócios), onde várias plataformas de e-commerce procuram crescimento a qualquer custo. No quarto trimestre de 2024/2025, esta atividade voltou a registar prejuízos.
No e-commerce chinês (41% do volume de negócios), onde liga vendedores a compradores, a Alibaba sofre com a fraca procura dos consumidores (+6,9% em março, longe dos +10% anteriores a 2018), apesar de um bom quarto trimestre. A política de descontos adotada para ganhar quota de mercado pressiona as margens.
Acresce que a Alibaba continua no centro das preocupações nas relações entre a China e os Estados Unidos, o que alimenta a volatilidade da cotação. A Alibaba está a negociar a integração da sua ferramenta de inteligência artificial nos smartphones da Apple vendidos na China.
Esta perspetiva preocupa o governo norte-americano, que teme o reforço das capacidades de IA de uma empresa chinesa e a maior exposição da Apple à regulamentação chinesa sobre partilha de dados.
Conselho
Os resultados trimestrais da Alibaba ficaram ligeiramente abaixo das expectativas dos investidores, o que provocou uma queda de 7% na cotação. Ainda assim, a ação acumula uma valorização de 46,7% desde o início do ano. A Alibaba está também cotada em Nova Iorque através dos denominados ADR.
A estratégia da Alibaba, mais centrada no crescimento na China e na inteligência artificial do que na expansão internacional vai na direção certa, embora penalize a rentabilidade no curto prazo. A concorrência é intensa em todas as áreas de atividade.
Apesar da valorização da empresa em bolsa não ser excessiva, não recomendamos a compra de ações chinesas individuais mesmo estando cotadas em Nova Iorque. No limite, se já tiver em carteira, pode manter.
Para investir na China, opte antes por incluir ETF na sua carteira. Os ETF Xtrackers CSI300 Swap ETF (LU0779800910) ou o iShares MSCI China A (IE00BQT3WG13) centram os investimentos nas empresas locais mais beneficiadas pelos planos de estímulos que Pequim tem vindo a lançar.
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