A Jerónimo Martins (JM) obteve um lucro de 0,95 euros por ação em 2024, uma descida de 20,8% face a 2023. Este valor é ligeiramente pior do que esperávamos devido à deterioração de 54% dos resultados financeiros (subida da dívida e das taxas de juro), apesar da JM manter uma boa estrutura financeira. A empresa pagará um dividendo de 0,59 euros por ação, menos 9,9% face ao ano anterior.
A nível operacional, os resultados até foram bons, com as receitas a crescerem 9,3%, a beneficiar também da apreciação do zloty polaco e do peso colombiano, e o EBITDA a aumentar 2,9%, refletindo a esperada descida das margens de 7,1 para 6,7%, originada pela combinação da queda da inflação alimentar e da subida dos custos, sobretudo com salários.
A JM continuará a investir na expansão das lojas nos 3 mercados onde opera (+300 lojas previstas para 2025) e na Eslováquia, onde entrou em março deste ano e quer abrir 50 lojas até final de 2026.
A pressão sobre as margens pode aliviar, mas o contexto global manter-se-á desafiante devido à prudência dos consumidores e à elevada concorrência.
Baixámos um pouco as estimativas de lucros por ação, de 1,17 para 1,10 euros, em 2025 e de 1,31 para 1,23 em 2026.
A entrada na Eslováquia mostra a ambição de crescimento da JM, que não descarta fazer aquisições. Perspetivas são positivas. Esperamos que os lucros voltem a subir. Comprar.