A EDP Renováveis surpreendeu ao ter perdas de 0,53 euros por ação em 2024. Em causa estão altas imparidades relativas à saída da Colômbia e à energia eólica offshore nos EUA, após Trump se mostrar contra esta tecnologia. O lucro recorrente também diminuiu (-57%), para 0,21 euros por ação, devido a 2 fatores:
- menores ganhos com rotação de ativos. Assim, apesar do crescimento de 4% das receitas (aumento da capacidade instalada em 17%), o EBITDA caiu 9%;
- degradação dos resultados financeiros (-19%), que reflete o aumento da dívida líquida e diferenças cambiais negativas.
A EDP Renováveis vai reduzir o investimento em 2025 e 2026: prevê adicionar 3,5 GW nos 2 anos (contra 3,8 só em 2024). Embora se mantenha otimista, já que a procura de energia continuará a crescer bem, a incerteza política nos EUA e o contexto atual “forçam” a empresa a priorizar a rentabilidade em detrimento do volume.
A EDP Renováveis irá manter o script dividend, no valor de 0,08 euros por ação, um esquema flexível que permite optar entre receber dinheiro ou novas ações (os detalhes ainda não são conhecidos).
Baixámos as estimativas de lucros por ação, de 0,48 para 0,38 euros, em 2025 e de 0,55 para 0,47 euros, em 2026.
As más notícias já estão incorporadas na cotação, mas a curto prazo poderá ainda manter-se alguma pressão. A longo prazo, as perspetivas são favoráveis e justificam a compra.