Arcelormittal
Manter
Desde 12 de março, as importações de aço dos EUA são taxadas em 25%. Esta medida atinge todo o setor europeu, uma vez que um quarto das suas exportações vai para os EUA. A ArcelorMittal também é afetada por esta medida porque a maior parte da sua produção no Canadá (4,9 milhões de toneladas de aço bruto) e no México (2,8 MT) tem como destino o mercado americano, mais de 13% da sua produção total (58 MT em 2024).
Estas taxas podem custar 100 milhões de dólares por trimestre à ArcelorMittal, ou seja, 6% do lucro operacional. Porém, validam a estratégia de desenvolvimento nos EUA, onde o grupo ainda tem pouca presença.
A ArcelorMittal anunciou a construção de uma fábrica de aço elétrico no Alabama, com capacidade para 150 mil toneladas destinadas à indústria automóvel. O mercado nos EUA é mais dinâmico do que na Europa, onde a fraqueza da procura (setor automóvel e construção) e os elevados preços da energia são entraves estruturais. O grupo dispõe também de capacidades em desenvolvimento na Índia e no Brasil.
Por fim, o plano de relançamento anunciado por Pequim foi bem recebido, mas resta saber se permitirá finalmente um impulso na procura local de aço.
As tarifas de Trump acrescem às dificuldades já existentes no mercado mundial do aço. A Arcelor está a internacionalizar-se, mas sem impacto real no imediato.
Enel
Manter
Os resultados de 2024 da Enel foram positivos, graças ao desempenho em Espanha e na América Latina, que compensaram um desempenho menos brilhante no mercado italiano. Em termos de receitas, houve um sinal negativo (-17,4%), devido aos menores volumes de produção de energia termoelétrica e à diminuição das quantidades de energia e gás vendidas, num contexto de diminuição dos preços.
No entanto, o lucro operacional registou um aumento de 3,8%, graças à contribuição dos mercados estrangeiros, que compensaram uma diminuição das margens de rentabilidade em Itália. O lucro líquido fixou-se em 0,69 euros por ação. Excluindo os componentes extraordinários, traduz-se num crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior.
No geral, os resultados da Enel estão em linha com as nossas expectativas, tal como as indicações para o plano 2025-2027. Este prevê a estabilidade do lucro operacional e líquido em 2025 e um ligeiro crescimento nos anos seguintes. Estimamos lucros por ação de 0,69 euros em 2025 e 2026.
Volkswagen
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O construtor alemão publicou resultados em linha com as expectativas. Em 2024, o lucro operacional de 19 mil milhões de euros (22,6 em 2023) superou as previsões, mas o resultado líquido caiu 33% para 10,7 mil milhões devido ao desempenho dececionante na China e aos elevados investimentos na eletrificação. Será proposto um dividendo de 6,36 euros por ação (preferencial), 30% superio, comparativamente ao ano anterior.
Para 2025, a VW antecipa entregas semelhantes às de 2024 (9 milhões) e +5% de volume de negócios. A margem operacional deve situar-se entre 5,5% e 6,5% (5,9% em 2024 e 7% em 2023). O fluxo de caixa da divisão automóvel será 2 a 5 mil milhões (5 mil milhões em 2024 e 10,7 em 2023).
Previsões prudentes que refletem os desafios: transição dispendiosa para o elétrico, perda de terreno na China face aos construtores locais e pressão sobre as margens devido às reduções de preços para incentivar as vendas, nomeadamente de elétricos. Reduzimos ligeiramente as nossas previsões de lucro por ação: 24 euros em 2025 (antes 25) e 27 euros em 2026 (antes 28).
A VW publicou resultados sólidos. A curto prazo, a ameaça das tarifas dos EUA e o abrandamento da procura poderão pesar sobre o desempenho, mas a VW tem meios para resistir e já implementou um doloroso plano social aceite pelos sindicatos.
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