Sem elementos não recorrentes e o efeito contabilístico muito volátil da valorização dos stocks, o lucro da Galp Energia caiu 4,1% para 1,28 euros por ação. Em causa está sobretudo a subida das amortizações e da taxa de imposto no 4.º trimestre.
O desempenho operacional foi positivo, embora reflita a degradação do clima setorial, com o recuo do preço do petróleo e da margem de refinação. A produção desceu 11% devido à venda de ativos em Moçambique e à maturação de alguns campos no Brasil. Tudo somado, o EBITDA recorrente caiu 7%.
A nível financeiro, a dívida líquida baixou 13,8% e a Galp propõe um aumento do dividendo bruto de 14,8% para os 0,62 euros (0,28 já foram pagos em 2024).
A nomeação do novo CEO deve ocorrer somente no segundo semestre, mas a estratégia do grupo não deverá alterar-se com o foco nos projetos de exploração de petróleo na Namíbia e no Brasil e numa rigorosa disciplina financeira.
Reduzimos a previsão de lucros por ação de 1,33 para 1,06 euros, em 2025, devido à conjuntura mais fraca e à paragem para manutenção de várias unidades de extração de petróleo no Brasil. Para 2026, estimamos 1,28 euros (1,36 antes).
Conselho
A conjuntura mais adversa do setor terá impacto nos resultados, mas a qualidade dos ativos da Galp abre-lhe boas perspetivas. Mantenha.