O contexto adverso do mercado impactou negativamente a Corticeira Amorim, afetando quase todas as unidades de negócio, com exceção da Amorim Cork Composites, que registou um crescimento de 2,7% em termos homólogos. A unidade de rolhas continua a ser o principal motor da empresa, representando 76% das vendas, num total de 732,3 ME.
O EBITDA caiu 11%, fixando-se nos 157,6 ME, com uma margem EBITDA de 16,8%, um recuo de 1,2 pontos percentuais face ao ano anterior. Esta descida deve-se sobretudo ao aumento dos custos da matéria-prima.
A dívida líquida foi reduzida em 19%, para 196 milhões de euros, essencialmente devido à redução das necessidades de fundo de maneio e à alienação da Timberman.
O lucro caiu 21,6% face a 2023 para os 69,7 ME (0,52 euros por ação). Esta cifra não agradou aos investidores e no dia após a apresentação dos resultados a ação desvalorizou cerca de 3,5% em bolsa.
No entanto, este resultado não é surpreendente. Na verdade, é precisamente o lucro que nós prevíamos para este ano, após o ajuste que fizemos aquando da apresentação de resultados do 3º trimestre de 2024. O que nos surpreendeu foi a empresa decidir aumentar o dividendo bruto para 0,32 euros por ação, o que corresponde a quase 60% do lucro quando, em anos anteriores, essa percentagem de payout rondava os 40%.
Esta decisão dá credibilidade ao otimismo manifestado pelo CEO, António Rios de Amorim, que disse esperar um aumento da rentabilidade em 2025 por via da melhoria do mix de produto e ganhos de eficiência operacional. Para tal, contribuirão a aquisição da Intercap e a reorganização da unidade de negócio "não rolhas".
Prevemos agora lucros por ação de 0,60 euros em 2025 (antes 0,61) e 0,62 euros em 2026.
Conselho
Não se deixe intimidar pelas oscilações do mercado. A diminuição dos lucros em 2024 face ao ano anterior está em linha com o que esperávamos. Para os próximos anos prevemos um crescimento sustentado das vendas e um aumento ligeiro dos lucros. Além disso, o dividendo é atrativo. Mantenha em carteira.