Análise

Aegon, Carrefour, Mapfre

Publicado em:  26 fevereiro 2025
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Autor:  Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Resultados da seguradora Aegon continuam a dececionar. Carrefour pondera vender atividades. Atividade da Mapfre continua em bom plano.

Aegon 
Manter

Após um fraco primeiro semestre, a Aegon dececionou novamente no segundo semestre de 2024. O fluxo de caixa gerado pela atividade atingiu 658 milhões de euros, estável em relação ao ano anterior (660 milhões de euros), mas abaixo das expectativas. O cash flow diminuiu 7% no mercado americano, o maior da seguradora neerlandesa, onde a concorrência é forte.

O montante dos prémios das novas apólices de seguro de vida diminuiu 10% em relação a 2023. No entanto, a Aegon continuou a crescer, com mais de 86 mil agentes no final do segundo semestre, em comparação com 79 mil em junho.

Este aumento deverá contribuir para relançar a seguradora nos próximos meses, especialmente porque a economia americana permanece dinâmica. Estes resultados mistos não impedem a Aegon de manter a política de remuneração, sendo anunciado um plano de compra de ações próprias de 150 milhões de euros (1,5% da capitalização) para 2025. O atrativo dividendo foi aumentado em 17% para 0,35 euros por ação em 2024 e os 0,4 euros para 2025 foram confirmados pela administração. 

A Aegon continua a ter dificuldades em convencer sobre a sua capacidade de crescer sem sobressaltos. Os resultados semestrais foram dececionantes, embora a seguradora mantenha a capacidade de aumentar o dividendo.

Carrefour 
Manter

Os resultados do Carrefour de 2024 foram dececionantes. Em resposta, o grupo está a lançar novas medidas de corte de custos no valor de 1,2 mil milhões de euros e a avaliar as atividades, com possíveis cessões em vista.

Além disso, o Carrefour fez uma oferta para adquirir as ações da sua subsidiária brasileira ainda nas mãos do público (32,6%). O grupo de distribuição francês pagou um dividendo de 0,92 euros (+5,7%), e um dividendo extraordinário de 0,23 euros. Para 2025, prevê apenas um ligeiro aumento no EBITDA e no lucro operacional.

Mapfre 
Comprar

Em 2024, a Mapfre registou um lucro de 0,29 euros por ação, um aumento de 30% e em linha com as nossas previsões. Estes resultados meritórios destacam a solidez da seguradora espanhola, bem diversificada geograficamente e em termos de negócios.

O segmento mais representativo, o de seguros (72% do lucro), está fortemente focado em duas regiões com boas perspetivas: Espanha e Brasil (representam três quartos deste negócio, com 31% e 22% dos lucros, respetivamente). No entanto, o resseguro global, que ganha importância (28% do lucro, o triplo de há cinco anos), cresceu significativamente (+33%) e esta tendência continuará. 

Em termos agregados, o facto de a Mapfre operar mais no ramo Não Vida do que no ramo Vida (79% e 21%, respetivamente) é agora um ponto a seu favor. O maior desafio reside no seguro de automóveis (20% das receitas), que é deficitário. Porém, se a atividade económica se deteriorar devido aos efeitos da guerra comercial, a seguradora poderá ser afetada. 

Prevermos lucros de 0,32 euros por ação em 2025 e 0,17 euros de dividendo, o que se traduz num rendimento de cerca de 7%. A Mapfre apresenta fundamentos interessantes: a cotação é de 8 vezes o lucro esperado e 0,9 vezes o valor contabilístico, abaixo da média do setor.

 

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