No segmento de maior peso, Amorim Cork (rolhas), que representa 76% da faturação, a receita caiu 4,4%. Mais acentuada ainda é a queda de 10,1% nas vendas da Amorim Cork Flooring (pavimentos).
O EBITDA situou-se nos 127,6 milhões de euros, o que representa uma redução de 8,7% em comparação com os 139,8 milhões do ano anterior. A margem EBITDA caiu para 17,6%, inferior aos 18,3% registados no mesmo período de 2023. Embora se tenham verificado benefícios provenientes de menores custos de matérias-primas não cortiça e ganhos de eficiência industrial, a rentabilidade continuou a ser penalizada pelo elevado preço da matéria-prima cortiça.
O lucro líquido caiu 28,6% para os 47,8 milhões de euros (0,36 por ação), influenciado por custos não recorrentes de 5,3 milhões de euros e pelo aumento dos encargos financeiros, consequência do aumento do endividamento direcionado para investimentos em ativos fixos.
O CEO, António Rios de Amorim, reiterou a sua confiança no futuro da empresa, sublinhando que a nova estrutura da Amorim Cork Solutions, prevista para janeiro de 2025, permitirá uma gestão mais eficiente das operações “não rolha”, gerando sinergias industriais e comerciais. Adicionalmente, o grupo reforçou a sua presença no mercado das cápsulas para vinhos espumantes com a aquisição da italiana Intercap, em parceria com o grupo SACI.
Conselho
Revemos em baixa as estimativas de lucros por ação em 2024 para 0,52 euros (antes 0,64) e 0,61 em 2025 (antes 0,72). A contração das margens no segmento de rolhas e as dificuldades que a corticeira tem sentido em aumentar as vendas dos outros segmentos, em especial o de pavimentos, não passaram despercebidas aos olhos do mercado. A rentabilidade a 1 ano foi 6,5%. Ainda assim, acreditamos que a restruturação do grupo levará a uma inversão da situação. Mantenha em carteira.