Agfa Gevaert: mudança de conselho
Publicado em: 15 novembro 2024Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Os trimestres dececionantes da Agfa sucedem-se e não há crescimento há mais de 10 anos. Após uma queda de 8% nas receitas no primeiro trimestre e um valor praticamente estável no segundo (-0,2%), o terceiro trimestre registou um decréscimo de 1,2%. No total dos primeiros nove meses, a queda acumulada é de 2,9%.
Em relação à margem operacional antes de encargos excecionais, que recuperou ligeiramente em 2023, voltou a descer, fixando-se em apenas 0,9% nos primeiros nove meses (1,2% um ano antes).
Considerando os encargos com reestruturações (uma realidade há mais de 20 anos!), a margem operacional permanece ligeiramente negativa e deverá manter-se assim até ao final de 2024, marcando o terceiro ano consecutivo de perdas. Nos últimos seis anos, a margem foi negativa em cinco.
Face aos resultados fracos, a Agfa confirmou, como anunciado no verão, um novo plano de redução de custos de três anos para a atividade de imagiologia médica (34% das receitas).
Em suma, 2024 não marcará ainda a saída da situação deficitária, e será o sétimo ano consecutivo de perdas, estimadas em, pelo menos, 0,20 euros por ação.
As reestruturações na Agfa-Gevaert parecem intermináveis. O declínio estrutural do negócio de imagiologia ainda não foi compensado pelos setores de crescimento nos quais a empresa investe há anos, como a impressão digital e as membranas Zirfon para eletrólise na produção de hidrogénio.
O valor contabilístico (2,31 euros por ação a 30 de setembro) continua bastante acima da cotação, mas já sofreu uma queda de 44% em três anos. A Agfa consome mais liquidez do que consegue gerar. Por este motivo, passamos a recomendar a venda e iremos deixar de acompanhar esta ação. Pode vender.