Apesar da queda de 21% até setembro, os resultados da Jerónimo Martins trouxeram boas notícias. A margem EBITDA do terceiro trimestre não foi tão afetada como se temia e subiu face ao primeiro semestre (7% vs. 6,4%).
No total do ano, a margem foi inferior à de 2023 (6,6% vs. 7,1%) mas a recuperação é um bom sinal. Até setembro, o lucro foi de 0,70 euros por ação, um valor um pouco acima do previsto.
As receitas subiram 10,3%, suportadas pela polaca Biedronka (+10,4%; 70,5% do total) e pela Ara na Colômbia (+21,5%). Em Portugal (19%), o aumento foi menor (Pingo Doce: +4,7% e Recheio: +1,8%), devido à debilidade do consumo. O EBITDA aumentou 2,7%.
A nível financeiro, o resultado regrediu 37% devido ao aumento dos juros e da dívida, que continua bem controlada.
Num contexto de deflação alimentar, de pressão sobre os salários e de aumento da concorrência, o grupo mostra resiliência, apesar da pressão sobre as margens continuar. A longo prazo, a Jerónimo Martins mantém a aposta no crescimento e deverá entrar na Eslováquia já este ano.
Subimos a previsão de lucros por ação de 0,95 para 0,98 euros em 2024 e de 1,15 para 1,17 em 2025. Em 2026, 1,31.
A descida dos lucros era esperada e a pressão sobre as margens foi bem gerida. A Jerónimo Martins é uma empresa de qualidade, que continua a crescer e aos níveis atuais é um bom investimento. Passamos a aconselhar a compra.