A Jerónimo Martins (JM) anunciou um lucro de 0,40 euros por ação no primeiro semestre, menos 28,9% face a igual período de 2023 e abaixo do esperado.
Para além da dotação inicial de 40 ME para a nova Fundação JM, os resultados foram afetados pela queda da margem operacional de 6,9 para 6,4%. O volume de negócios subiu 12,3%, com todas as áreas a crescerem a bom ritmo, em especial na Polónia e na Colômbia, que beneficiaram também da valorização das suas moedas (zloty e peso).
Porém, a inflação dos custos, sobretudo salários, tem superado a evolução do preço de venda dos alimentos, o que originou uma subida de “apenas” 3,5% do EBITDA. A nível financeiro, os resultados pioraram 67% devido a maiores juros suportados.
A pressão sobre as margens deverá acentuar-se no segundo semestre, o que a juntar a um clima de alguma contenção no consumo, pressionará os resultados. Mas, o grupo mantém os seus planos de crescimento, com o lançamento ainda este ano da operação na Eslováquia.
Face aos resultados do semestre e ao clima desafiante, baixámos a previsão de lucros por ação de 1,13 para 0,95 euros em 2024 e de 1,31 para 1,15 em 2025.
Conselho
Após um período muito bom em que a inflação estimulou os resultados, a queda das margens está a pressionar os lucros. Mas, a JM é bem gerida e mantém boas perspetivas de crescimento a longo prazo. Mantenha.