A Jerónimo Martins (JM) atingiu vendas recorde (+20,6% em euros) e lucros de 1,20 euros por ação em 2023, mais 28,1% face a 2022. Estes bons números saíram em linha com o esperado e devem-se à subida da inflação, que estimulou as vendas sem pressionar muito as margens. O EBITDA cresceu 16,9% e a margem passou de 7,3 para 7,1%. Todos os mercados tiveram uma evolução positiva, em especial a Polónia e a Colômbia, que continuam a crescer a um ritmo elevado, mas também Portugal, que beneficiou do aumento do turismo.
A nível financeiro, o grupo continua sólido, apesar do investimento na abertura de novas lojas. Em 2024, o nível de investimento manter-se-á e inclui o início da expansão da marca polaca Biedronka para a Eslováquia.
Apesar dos bons resultados e da subida do dividendo para 0,655 euros por ação (acima do esperado), a previsão de uma queda mais acentuada das margens em 2024, sobretudo na Polónia, pressionará os resultados. Em causa, está a descida da inflação, que se sentirá mais nos preços de venda dos bens alimentares do que nos custos (rendas, salários…). Por isso, baixámos a previsão de lucros por ação, de 1,24 para 1,18 euros, em 2024 e de 1,39 para 1,34, em 2025.
Conselho
Os resultados de 2023 foram bons e as perspetivas a médio e longo prazo mantêm-se positivas, mas a descida da inflação alimentar pressiona as margens em 2024. Pode manter.