O EBITDA da empresa até aumentou 7,9% em relação ao ano anterior para 177 ME. Devido a uma melhoria do mix de vendas e de poupanças significativas nos custos operacionais, destacando-se a redução dos preços de eletricidade e transportes. A margem EBITDA ficou assim nos 18%, bem acima dos 16,1% de 2022.
Apesar desta melhoria das margens operacionais, os lucros caíram 9,7% para os 89 ME (0,67 por ação). Contudo, isso deveu-se, sobretudo, a um nível de impostos pagos mais elevado do que em 2022, quando a empresa beneficiou de uma decisão favorável das autoridades fiscais que lhe permitiu nesse ano pagar apenas 5,9 ME em impostos.
No que diz respeito às unidades de negócio, o segmento Cork, responsável por 76% da faturação, apresentou um aumento de 0,7% no valor das vendas e o Cork Insulation cresceu 14,2%. Por outro lado, as vendas do segmento Cork Composites diminuíram 3,8% e as do Cork Flooring caíram 30,1%.
Esta quebra do segmento mais ligado à construção civil foi mesmo a pior notícia destes resultados, uma vez que é visto como a forma da Corticeira diversificar e expandir-se além da produção de rolhas. A empresa espera que o lançamento de novos produtos, em 2024, lance as bases para uma inversão desta tendência negativa do mercado de pavimentos.
Outro indicador preocupante é o aumento de 85% da dívida líquida para 241 ME. Justificada pelo aumento das necessidades de fundo de maneio, o incremento do investimento em ativo fixo, o pagamento de dividendos e a aquisição do Grupo VMD.
Este valor resulta num rácio de Dívida líquida / EBITDA de 1,2x. Bastante acima dos valores dos últimos anos. No entanto, tudo indica que esta é uma situação pontual que resulta do aumento do investimento e a empresa tem condições para, rapidamente, voltar a níveis mais saudáveis de dívida.
A administração da empresa vai propor um dividendo bruto de 0,20 euros por ação, a ser pago na sua totalidade em maio.
Conselho
Apesar da quebra de vendas de algumas divisões, a principal fonte de receita da empresa (Rolhas) continua sólida. A redução de custos e consequente melhoria nas margens também é um ponto positivo.Mantemos as nossas previsões de lucros por ação. Esperamos 0,71 euros em 2024 e 0,76 em 2025.
Não alteramos o conselho de manter o título em carteira.