O EBITDA atingiu os 137,3 ME, uma redução homóloga de 54,4%. Também a margem EBITDA de 17,4%, apresentou um decréscimo face aos 28,3% de 2022.
Os lucros atingiram os 42,8 ME (0,20 euros por ação quando nós prevíamos 0,18), refletindo uma queda acentuada de 72% em relação a 2022. Ainda assim, a empresa observou uma recuperação no último trimestre do ano. Nesse período, o lucro foi de 14,3 ME, uma grande melhoria que sucede a um período (3º trimestre de 2023) em que a empresa não foi além do break-even.
Em termos operacionais, os custos totais contraíram 15% face a 2022. Essencialmente devido à normalização dos preços de eletricidade e gás natural, o que ajudou a mitigar o impacto negativo da queda do valor das vendas.
A empresa está otimista quanto ao futuro, antecipando lucros mais elevados em 2024, impulsionados pelo aumento dos preços da matéria-prima que já está em curso. A procura deverá permanecer robusta na China e a Altri prevê uma recuperação sustentada dos preços na Europa. Esta visão positiva é apoiada pelos sucessivos aumentos de preço da pasta de papel anunciados pela empresa, alinhados com os movimentos da maior produtora mundial de pasta branqueada de eucalipto, a Suzano.
Conselho
Apesar dos resultados ligeiramente acima do esperado, a rentabilidade no último ano da Altri é de 12%. Abaixo dos 14% do índice das principais ações europeias (STOXX EUROPE 600) e ainda mais abaixo dos 32% das empresas americanas (S&P 500).Portanto, consideramos que o que temos vindo a dizer sobre a Altri se mantém, apesar da empresa ser bem gerida os resultados são demasiadamente dependentes das flutuações do mercado de pasta de papel e o potencial de valorização é limitado.
Por isso, e apesar de revermos ligeiramente em alta as nossas estimativas de lucros por ação para 0,37 euros em 2024 (antes 0,35) e 0,39 euros em 2025, mantemos o conselho de vender.