Os resultados trimestrais do BNP Paribas ficaram abaixo das expetativas, na sequência das dificuldades encontradas nas atividades de crédito ao consumo e no imobiliário. Esperávamos uma desaceleração, mas ficou um pouco abaixo das nossas expectativas. Os custos permanecem sob controle, mas há um ligeiro ajuste para baixo nas previsões para o período 2022-25.
Até agora, o banco tinha como objetivo um crescimento do lucro de mais de 9% ao ano. No entanto, agora passou as suas estimativas para um crescimento de cerca de 8%. A rentabilidade dos capitais próprios também baixou um pouco: entre 11,5% a 12% (face a 12% anteriormente). A banca comercial e de investimento, que deveriam ser o motor do crescimento do grupo e compensar as dificuldades da banca de retalho, está também menos dinâmica.
Estes anúncios são dececionantes, mas a forte queda da cotação das ações do BNP Paribas (-9%) parece-nos um pouco excessiva. Provavelmente, os investidores ficaram muito surpreendidos e desapontados com estes números, numa altura em que outros bancos na Europa publicaram melhores resultados. A administração poderia, sem dúvida, ter comunicado melhor sobre os problemas encontrados.
Para tentar seduzir os investidores, o BNP anunciou recompras de ações e um dividendo bruto acima do esperado (+18%, 4,6 euros).
O banco tem os fundos provenientes da venda de ativos nos Estados Unidos e isso dá-lhe margem de manobra para eventuais aquisições.
Ao ser negociada em bolsa a 0,6 vezes o capital próprio, a ação do BNP está subvalorizada. Contudo, não vemos desaparecer este “desconto” nos meses mais próximos, enquanto a economia europeia está a abrandar. Por isso, ainda não justifica uma recomendação de compra. Mas se já tem, pode manter o título em carteira