A Novabase alcançou em 2023 um resultado líquido de 47,1 milhões de euros devido, sobretudo, à mais-valia de 39,8 milhões de euros proveniente da venda da Neotalent (segmento de IT staffing/value portfolio).
Em termos operacionais, no segmento “Next Gen”, o volume de negócios cresceu 10% em relação ao ano anterior e atingiu os 132,6 milhões de euros (ME). Já o EBITDA aumentou 19%, valor que vai ao encontro das expectativas.
A estratégia de internacionalização e o foco em clientes de maior dimensão e reputação, também conhecidos como Top Tier tem-se revelado eficaz. O volume de negócios obtido fora de Portugal cresceu 13%, representando agora 69% do total.
O segmento “Value Portfolio” foi descontinuado no quarto trimestre de 2023, após a venda da Neotalent. Portanto, o “Next Gen”, ramo de negócio com maior margem de crescimento, passa agora a ser a única área da empresa.
Essa venda levou a um crescimento do resultado líquido anual de 428% em termos homólogos. O resultado por ação foi de 1,77 euros. Valor que ficou acima das expectativas e levou a ação da Novabase a valorizar cerca de 15% após o anúncio dos resultados.
A empresa previa inicialmente uma mais-valia de 26 ME a 33 ME, mas o valor que acabou por entrar na contabilidade foi 39,8 ME, como já referimos.
Em virtude desta receita extraordinária o Conselho de Administração tem a intenção de propor à Assembleia Geral anual de 2024 o pagamento de um dividendo bruto de até 1,79 euros por ação.
Este valor corresponde à distribuição de até 46,3 ME aos acionistas, um montante equivalente a cerca de 98,4% do resultado líquido de 2023. A empresa não considera, portanto, necessário investir mais capital no “Next Gen” e prefere entregar a quase totalidade dos lucros (incluindo a mais-valia proveniente da venda de uma parte importante da sua atividade) aos acionistas.
Com estas alterações de grande importância, a Novabase perde dimensão. Como tal, as nossas novas previsões de lucros por ação são de 0,24 euros em 2024 (antes 0,42) e 0,30 euros em 2025.
Conselho
Se adquiriu a ação aquando do nosso conselho de compra em maio de 2021 a rentabilidade do investimento foi 67,2%, ou 24,43% anualizado. Só no último ano, a ação valorizou 40,2%. Pode ser altura de começar a pensar em reduzir a exposição ao título. Ainda assim, o apetite por este atrativo dividendo pode ter impacto positivo na cotação quando este for confirmado. Por agora, mantenha.