A NOS teve lucros de 0,25 euros por ação nos primeiros nove meses de 2023, uma queda de 34% face a igual período do ano anterior, que é explicada pelo ganho com a venda de torres de telecomunicações obtido em 2022. Sem este fator, os lucros caíram apenas 1,6%, penalizados pelo forte aumento dos custos financeiros, na sequência da subida das taxas de juro.
O desempenho operacional foi positivo e superou um pouco as previsões, com as receitas a crescerem 5,3%, graças à maior subscrição de serviços de comunicações e à forte subida das vendas de bilhetes de cinema (+45,2%). O EBITDA subiu 10,6%, a beneficiar do bom controlo dos custos e da redução de 19,6% do investimento, já que boa parte da implementação da rede 5G está feita. Apesar das perspetivas de crescimento não serem elevadas, dada a maturidade do mercado, e da dificuldade em rentabilizar o investimento no 5G, a queda da cotação é exagerada mas não o suficiente para justificar a compra, já que a entrada da Digi no mercado, em 2024, aumentará a concorrência e há outras ações com mais potencial de valorização.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,28 euros em 2024 e 0,29 em 2025.
Conselho
A NOS é uma empresa lucrativa e de qualidade, que distribui um bom dividendo, mas as incertezas quanto à rentabilidade do 5G e as perspetivas modestas de crescimento condicionam a cotação. Pode manter.