O lucro da Galp recuou 11% nos primeiros nove meses do ano, para 1,15 euros por ação. Mas sem fatores não recorrentes e sem o efeito contabilístico (muito volátil) da variação dos stocks, que inflacionou os lucros em 2022, o lucro recorrente subiu 18%, para 0,91 euros por ação, estimulado pela redução das amortizações (-25,5%) após a venda da atividade em Angola.
Apesar da queda do preço do petróleo (-22% em média), que impactou o negócio Upstream, a Galp beneficiou da subida da margem de refinação e da melhoria da divisão das Renováveis e Novos Negócios, pelo que o EBITDA recorrente manteve-se praticamente estável (-2%).
A Galp subiu ainda as estimativas para o EBITDA deste ano em 9% e prevê uma produção média de 120 mil barris por dia, em 2023, face aos anteriores 115 mil.
O petróleo continua a suportar os lucros, mas a aposta na descarbonização é para manter, mesmo perante a conjuntura menos favorável das energias renováveis (preços mais baixos, aumento dos custos de investimento, altas taxas de juro…).
Face aos resultados trimestrais e à redução do número de ações (compra de ações próprias), subimos as previsões de lucros por ação de 1,27 para 1,31 euros, em 2023, e de 1,20 para 1,25 euros, em 2024.
A aposta estratégica na transição energética é correta, mas os resultados continuam a ser suportados pelo negócio petrolífero, que beneficia de uma boa conjuntura. Pode manter.