Para a subida dos lucros contribuiu a melhoria de 13% do resultado financeiro, graças a menores custos com câmbios e derivados, e a diminuição do IRC e dos interesses minoritários.
Mas, a nível operacional, o desempenho foi modesto. As receitas baixaram 5%, devido à redução de 7% do preço de venda da eletricidade e apesar da subida de 3% da produção, e o EBITDA caiu 4% devido ao aumento dos custos (impostos clawback na Europa, atrasos em projetos nos EUA e na Colômbia…). O clawback é um mecanismo que tem em vista assegurar o equilíbrio concorrencial no mercado grossista da eletricidade. O objetivo deste imposto é corrigir distorções provocadas por eventos extramercado que impliquem um aumento dos preços médios no mercado grossista e proporcionem ganhos “anormais” aos produtores nacionais.
A EDPR quer instalar 2,5 GW este ano, abaixo dos 3,4 GW inicialmente previstos, e 4 GW em 2024, para alcançar mais de 20 GW no final de 2024. Apesar do setor estar a enfrentar dificuldades (subida dos custos e das taxas de juro, atrasos nos projetos…), a ideia é beneficiar da maior procura de energias limpas a longo prazo.
Devido aos ganhos na rotação de ativos (já estão acordadas mais duas no Brasil e Reino Unido), subimos as previsões de lucros por ação de 0,44 para 0,60 euros, em 2023, mas mantemos os 0,61 em 2024.
Conselho
A conjuntura atual não é a mais favorável, mas a longo prazo as boas perspetivas do setor mantêm-se e a EDPR está bem posicionada para beneficiar da dinâmica de crescimento. Comprar.