O lucro semestral da EDP subiu 43%, para 0,10 euros por ação. Apesar da melhoria ter ficado um pouco abaixo do esperado, a EDP beneficiou da forte recuperação da produção hidroelétrica (+68%) e da normalização do custo de abastecimento de eletricidade e gás, que teve impacto positivo na margem da atividade de comercialização na Península Ibérica.
Em contrapartida, menores recursos eólicos e solares, a queda do preço da eletricidade nos mercados grossistas, o aumento dos impostos em alguns países europeus e a ausência de ganhos com rotação de ativos renováveis, que estarão concentrados no segundo semestre do ano, penalizaram os resultados. No total, o EBITDA subiu 23%.
A nível financeiro, os resultados pioraram 8% devido ao aumento do custo médio da dívida de 4,5 para 4,8% e a dívida líquida aumentou 16% no semestre, fruto do esforço de investimento em curso.
A OPA sobre a EDP Brasil foi um sucesso e terá um efeito positivo nos lucros, dada a redução dos interesses minoritários.
Baixámos ligeiramente a estimativa de lucros por ação para 2023 de 0,27 para 0,26 euros mas mantemos a de 2024 nos 0,30 euros.
Conselho
A correção da cotação nos últimos meses (-18,7% desde o máximo deste ano) tornou o título ainda mais atrativo. Passamos a recomendar a compra. A conjuntura atual é mais desafiante dada a subida das taxas mas as perspetivas a longo prazo são positivas graças ao forte posicionamento do grupo nas renováveis.