Novo revés para o grupo britânico BP. O CEO, que vai abandonar imediatamente o cargo, foi o arquiteto da transformação em curso da petrolífera para um grupo mais orientado para as energias renováveis.
Houve investimentos, por vezes dispendiosos, em energia eólica e no hidrogénio. O CEO visava reduzir em 40% a produção de petróleo e gás até 2030, uma meta posteriormente encurtada para 25% sob pressão de investidores desagrados com a subperformance da cotação da BP face aos concorrentes. E esta estratégia é ainda mais questionada à medida que os preços do petróleo regressam a níveis elevados, fenómeno que dará mais impulso aos lucros quanto maior a exposição do grupo ao crude.
A nova administração terá de decidir manter, ou mesmo reforçar, o rumo das energias renováveis ou relançar a BP mais firmemente nas energias à base de carbono.
A decisão mais provável será a continuidade da atual estratégia, que se centra, em parte, nas renováveis, uma vez que a saída do CEO não está ligada a uma disputa estratégica com o Conselho de Administração.
Conselho
A mudança de CEO não deverá alterar a estratégia. Contudo, a aposta nas renováveis torna-se mais questionável para os lucros quando a conjuntura é novamente pautada por uma valorização do petróleo. Assim, alteramos o conselho para venda.