No primeiro semestre, o BCP alcançou lucros de 423,2 milhões de euros, ou seja, 0,028 euros por ação, um crescimento de 468% face ao período homólogo.
Um valor que ficou acima do esperado, impulsionado desde logo pela subida das taxas de juro que ampliou bastante a margem financeira (+39,5%) resultante da diferença entre os juros que o banco cobra pelos empréstimos concedidos e que remunera pelos fundos que lhe são confiados, como os depósitos de clientes.
Além disso, os resultados do período beneficiaram ainda de ganhos não recorrentes de 127 milhões de euros obtidos no primeiro trimestre com a venda da participação de 80% detida pelo grupo na Millennium Financial Services, no âmbito da parceria estratégica na área de seguros na Polónia. Por fim, houve uma significativa redução das contribuições regulamentares, que beneficiaram os lucros, não só em Portugal, mas sobretudo na Polónia.
Em face dos bons resultados semestrais, revemos em alta as nossas estimativas de lucros para este ano, de 0,032 para 0,037 euros por ação. Para 2024, prevemos agora 0,040 euros (0,035 antes).
A subida das taxas de juro tem sido muito positiva para a margem financeira e para os lucros do BCP que tem sido mais rápido a agravar as taxas dos créditos do que a subir as taxas dos depósitos. Nos próximos semestres é de esperar um abrandamento da margem.
Os bons resultados do BCP e o clima positivo para o setor impulsionaram a ação, que em 2023 valoriza 77%. Mantenha o título em carteira.