A subida de 23,4% das vendas estimulou os lucros da Jerónimo Martins (JM) no primeiro trimestre, que cresceram 59,1% para 0,22 euros por ação, um pouco acima do previsto.
A subida da inflação, embora pressione o consumo e origine alguma substituição por produtos de preço mais baixo, estimulou as vendas em todos os mercados, sobretudo na Colômbia (+29,4% em euros) e na Polónia (+26%), que beneficiaram também da abertura de novas lojas.
Em Portugal, as vendas do Pingo Doce subiram 9,4% e as do Recheio 29,2%, graças à força do canal HoReCa (Hotéis, restaurantes e Cafés), estimulado pelo turismo.
O EBITDA subiu 20,1%, já que as pressões inflacionistas originaram um recuo da margem de 6,7 para 6,6%. O resultado financeiro melhorou 9% e a estrutura financeira continua sólida.
A pressão sobre o consumo manter-se-á e, a partir de agora, o crescimento também abrandará porque os valores homólogos de 2022 já incorporaram mais a subida dos preços. Mas, a JM mantém o plano de investimentos, prevendo abrir este ano 230 lojas na Colômbia e 160 a 180 na Polónia.
Subimos as previsões de lucros por ação de 0,96 para 1,05 euros em 2023 e de 1,06 para 1,11 euros em 2024.
Conselho
A redução da inflação poderá baixar a pressão sobre as margens da JM, que tem resistido bem. O grupo mantém uma boa dinâmica de crescimento, mas a ação não está barata. Pode manter.