Os CTT surpreenderam pela positiva ao apresentarem um lucro de 0,11 euros por ação no primeiro trimestre, mais 199,4% face a igual período de 2022, cuja base era baixa. Em causa está o forte crescimento da subscrição de certificados de aforro, que incrementou as receitas da divisão Serviços Financeiros e Retalho (+141,6%), e o aumento da margem financeira (+34,2%) do Banco CTT, graças à subida das taxas de juro.
Apesar das receitas do Correio (47% do total) terem recuado 14,3%, devido a eventos excecionais que as estimularam em 2022 (projeto venda de computadores e repetição das eleições legislativas na Europa), os outros negócios cresceram.
Assim, as receitas totais aumentaram 3% e o EBITDA subiu 85,2%, a beneficiar da melhoria da rentabilidade nos Serviços Financeiros, já que o aumento das vendas de produtos de dívida pública não implica uma subida proporcional dos custos.
Apesar da área de Expresso e Encomendas continuar com um crescimento modesto face ao seu potencial, o aumento das subscrições de produtos de dívida pública levou os CTT a aumentar a estimativa de lucros operacionais para este ano. Pelo mesmo motivo, subimos as previsões de lucros por ação, de 0,28 para 0,34 euros, em 2023 e de 0,32 para 0,33, em 2024.
O nosso conselho
Os resultados dos CTT foram bons e refletem que a diversificação da sua atividade é a estratégia correta para combater o declínio do negócio tradicional de correio. Pode manter.
Cotação à data da análise: 3,46 euros