A Sonae teve lucros de 0,18 euros por ação em 2022, mais 27,6% face a 2021 e muito ligeiramente acima das previsões. Porém, este valor está alicerçado em ganhos com vendas de ativos (corretora de seguros MDS e tecnológica Maxive), já que, sem items não recorrentes, o lucro caiu 17%, para 0,09 euros por ação.
O volume de negócios subiu 11% mas o EBITDA cresceu “apenas” 6%, devido à redução da margem, sobretudo no retalho alimentar para absorver parte da inflação, e à subida dos custos (energia…).
Além disso, o grupo teve algumas imparidades e desvalorizações de ativos. O NAV (valor líquido do portefólio) caiu 1%, para 3974 mil milhões de euros, devido à queda dos múltiplos de mercado usados para avaliar os ativos.
A nível financeiro, a estrutura permanece sólida e a dívida líquida total manteve-se estável. Em linha com a sua política de aumento de 5% do dividendo, a Sonae irá pagar 0,0537 euros brutos por ação.
Por fim, a Sonae falhou a meta de retirar a Sonaecom de bolsa. Após a OPA sobre a subsidiária, ficou com 88,8% do capital, abaixo do limiar dos 90%. Porém, este “contratempo” não terá grande impacto.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,11 euros em 2023 e de 0,12 em 2024.
O nosso conselho
O contexto económico difícil deverá continuar a pressionar as margens no retalho, mas o grupo é líder de mercado e procura crescer nos setores da tecnologia e do imobiliário. Compre.
Cotação à data da análise: 1,024 euros