A Jerónimo Martins (JM) obteve lucros de 0,94 euros por ação em 2022, uma subida de 27,5%, em linha com as previsões.
Apesar de ter havido pressão sobre as margens (margem EBITDA passou de 7,6% em 2021 para 7,3% em 2022), a JM beneficiou da subida da inflação, em especial nos produtos alimentares, o que estimulou as receitas (+21,5%) nos 3 mercados do grupo.
Além disso, a JM beneficiou da abertura de novas lojas, sobretudo na Colômbia (+33%) e Polónia (+5%). Assim, apesar do impacto da inflação se ter sentido também nos custos (produtos, energia), a boa progressão das receitas impulsionou o EBITDA (+17%).
A nível financeiro, os resultados pioraram ligeiramente (-5,2%) mas a JM mantém uma boa solidez financeira e a dívida líquida praticamente estabilizou (+1%).
O dividendo é de 0,55 euros brutos por ação (pago a 17/maio), abaixo do ano anterior, mas um pouco acima do que prevíamos.
O bom posicionamento das suas marcas e a aposta no crescimento, com a abertura de novas lojas, sobretudo no exterior, e com o estímulo do turismo em Portugal, deverão permitir à JM mitigar em parte a pressão sob as margens.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,96 euros em 2023 e de 1,06 em 2024.
Conselho
A inflação estimulou ainda mais a dinâmica de crescimento da JM, que deverá manter-se no futuro, embora de forma menos robusta e com alguma pressão sobre as margens.
Pode manter.