Como previsto, a Jerónimo Martins teve uma subida de 29,3% dos lucros até setembro, para os 0,67 euros por ação. Em causa está a melhoria do desempenho operacional, suportada pelo crescimento de 21% do volume de negócios, para o qual contribuíram todos os mercados: Polónia (+19,7%); Portugal (+13,6%) e Colômbia (+70,4%). Esta subida permitiu um aumento de 17,8% do EBITDA, já que apesar da inflação, o grupo manteve a margem quase inalterada, com a descida na Polónia a ser compensada pela subida na Colômbia.
Os bons resultados neste mercado levaram a Jerónimo Martins a acelerar o seu programa de abertura de novas lojas no país, de 180 para 230 a 250. A nível financeiro, o resultado piorou 13%, devido a diferenças cambiais negativas e a dívida líquida subiu 2,7% mas a estrutura financeira continua sólida.
O novo imposto sobre “lucros excessivos” no setor da distribuição é negativo para a Jerónimo Martins mas não terá um impacto demasiado elevado, já que deverá ser temporário e porque o mercado nacional tem um peso pouco superior a 20% no seio do grupo.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,93 euros em 2022 e de 0,96 em 2023.
O nosso conselho
Por agora, a Jerónimo Martins resistiu bem à subida da inflação mas a pressão sobre as margens deverá aumentar e a retração do crescimento económico também se fará sentir. Porém, o setor é pouco cíclico e a Jerónimo Martins manterá um crescimento sólido.
Cotação à data da análise: 20,64 euros