Em 2022, o BCP obteve lucros líquidos de 207 milhões de euros, isto é, 0,0137 euros por ação, um valor acima do esperado que corresponde a um crescimento de 50,3% face ao ano anterior. Para este bom resultado muito ajudou a subida das taxas de juro que teve um impacto muito positivo na margem financeira (cresceu 35,3%). A margem financeira é obtida pela diferença entre os juros que o banco cobra pelos empréstimos concedidos e os que tem de pagar pelos fundos que lhe são confiados, como os depósitos dos clientes.
Além disso, do lado dos custos, o BCP reduziu os encargos operacionais em 3,8% e melhorou a eficiência da atividade devido sobretudo à redução de 13,1% dos encargos com pessoal em Portugal.
Por fim, no quarto trimestre, o banco conseguiu melhorar os resultados da sua atividade na Polónia graças à redução das provisões constituídas pelo Bank Millennium (detido pelo BCP em 50,1%) sobretudo as destinadas a cobrir o custo com moratórias de crédito hipotecário.
A conjuntura de taxas de juro elevadas irá manter-se durante mais tempo do que se previa antes, o que é muito positivo para a margem financeira e os lucros do banco. Mas o abrandamento económico tem impacto negativo no incumprimento de crédito e mantém pressão nos resultados.
O nosso conselho
Revemos em alta as nossas previsões de lucros por ação para este ano, de 0,022 para 0,024 euros e para 2024, de 0,033 para 0,034 euros. Não alteramos o conselho de manter o título.
Cotação à data da análise: 0,228 euros