Apesar de só divulgar os resultados de 2022 a 16 de março, a Sonae já anunciou as vendas preliminares da Sonae MC, subsidiária do grupo para o retalho alimentar, saúde e bem-estar, que representa 78% do volume de negócios.
Num contexto de perda de poder de compra das famílias, os volumes caíram, mas as vendas cresceram 11,5% em valor, graças à subida dos preços mas também à expansão da rede de lojas (mais 65 lojas próprias em 2022, para um total de 1401 lojas), já que, em base comparável de lojas, as vendas subiram 9,6%.
Ao invés, apesar da recente queda da inflação e da previsão de abrandamento económico e para este ano já não ser tão pessimista, a Sonae deverá continuar a sentir alguma pressão sobre as margens operacionais.
Nos serviços financeiros, a Sonae, através da subsidiária Universo, concluiu a venda de 50% do corretor de seguros MDS por 104 milhões de euros (mais-valia de 79 milhões de euros), e anunciou a criação de uma joint-venture com o Bankinter para juntarem as respetivas atividades de crédito ao consumo e criarem um operador líder.
Mantemos as previsões de lucros por ação de 0,11 euros em 2023 e de 0,12 em 2024.
O nosso conselho
A inflação impulsionou as vendas da MC mas também pressiona as margens. Contudo, a empresa é líder de mercado em Portugal e tem capacidade para resistir bem à conjuntura. A Sonae é um grupo diversificado e é um bom investimento.
Cotação à data da análise: 0,94 euros