As vendas da Jerónimo Martins cresceram 21,5% em 2022, ligeiramente acima da nossa estimativa de 20,5%. A Polónia continua a ser o maior mercado do grupo (70,7% das vendas) e a mostrar dinamismo, com as vendas a subirem 21,1% em euros, a beneficiar também da chegada ao país de muitos refugiados da Ucrânia.
Por cá, o Pingo Doce (17,7% das vendas) subiu 11,2% e o Recheio (4,6%) aumentou 27,7%, graças ao efeito do turismo no canal HoReCa. Na Colômbia (7% das vendas), o crescimento foi de 60,5%, dado que a Ara ainda está em fase de expansão, tendo aberto mais 275 lojas em 2022, para um total de 1093.
A inflação ajudou a estimular as vendas do grupo, mas o crescimento foi obtido com algum sacrifício da rentabilidade. A aposta na competitividade das suas marcas através do preço deverá continuar a pressionar a rentabilidade em 2023. Ainda assim, este efeito não deverá ser muito pronunciado e fortalece a posição competitiva da Jerónimo Martins no mercado.
Enquanto aguardamos pelas contas de 2022 (serão conhecidas a 15 de março), mantemos as previsões de lucros por ação de 0,96 euros em 2023 e de 1,06 em 2024.
O nosso conselho
A inflação estimulou as vendas mas também deve pressionar as margens do grupo. Porém, a Jerónimo Martins deverá manter um crescimento sólido e resistir à perda de poder de compra das famílias.
Cotação à data da análise: 20,38 euros