O grupo postal belga está novamente em tumulto após a enésima saída do seu CEO.
Desta vez, Dirk Tirez, que só ocupava o cargo desde julho de 2021, teve de se demitir após terem sido reveladas irregularidades no concurso para a distribuição de jornais na Bélgica.
A dúvida ainda paira sobre o impacto financeiro deste caso. Se o grupo for condenado por práticas anti-concorrenciais é passível de uma coima até 10% do volume de negócios (VN). E arrisca-se a perder a concessão para a entrega de jornais.
Embora se preveja que a dotação anual seja reduzida em 50 milhões de euros a partir de 2024, este é um bom contrato que ainda garante 170 milhões de euros em receitas por ano (4% do VN).
Esta nova incerteza irá abrandar o processo de transformação estratégica (para atividade ligada ao comércio eletrónico) sem o pôr em causa.
Apesar de a solidez do balanço (pouca dívida) permitir ao grupo ultrapassar este período difícil, a falta de visibilidade sobre as consequências financeiras deste caso leva-nos a ser mais cautelosos.
Conselho
Além da conjuntura desfavorável (inflação dos custos, etc.), a bpost está exposta a incertezas sobre o contrato de distribuição de jornais na Bélgica.
O grupo é forte financeiramente, mas ainda esperamos saber mais sobre as consequências deste caso. Alteramos o conselho de comprar para manter.
Cotação à data da análise: 5,075 euros