As fortes subidas do preço do petróleo e das margens de refinação, devido ao fecho de muitas refinarias na Rússia, na sequência das sanções da União Europeia, mas também a progressão das vendas de produtos petrolíferos no pós-pandemia, estimularam os lucros da Galp, que mais do que triplicaram no primeiro semestre, para os 0,86 euros por ação.
Mesmo sem o efeito contabilístico muito volátil da valorização dos stocks, que neste semestre foi positivo devido ao aumento do preço do petróleo, o lucro foi de 0,45 euros por ação, acima do previsto.
A notícia de que o CEO, Andy Brown, vai deixar a Galp no final do mandato em 31 de dezembro é uma surpresa. Apesar de ter feito mudanças para preparar a empresa para a transição energética (abandono da atividade de prospeção de novos campos de petróleo e gás, maior investimento nas energias renováveis…), parece que deixa o processo a meio. O novo CEO será conhecido até final do ano, mas a estratégia da Galp não irá mudar.
Subimos as previsões de lucros por ação de 0,76 para 1,40 euros (com efeito stock) em 2022 e de 0,81 para 1,11 em 2023.
O nosso conselho
A conjuntura muito favorável estimulou o lucro mais do que o previsto. Mas, a reconversão do negócio petrolífero a nível global gera novas exigências, que embora a Galp já esteja a preparar, criam incerteza quanto às perspetivas do setor.
Cotação à data da análise: 10,39 euros