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Em destaque: ArcelorMittal, BlackRock, Ericsson, LVMH, Société Générale, Teva Pharma
Há 3 meses - 18 de abril de 2022ArcelorMittal
Beneficiando de uma renovada força financeira, a siderúrgica vai adquirir 80% de uma moderna fábrica de processamento de minério de ferro localizada no Texas (inaugurada em 2016).
A administração da ArcelorMittal salienta que a operação reforça a sua produção de aço de alta qualidade. Comprar.
BlackRock
A líder mundial na gestão de ativos ainda não está se está a ressentir do stress que tem assolado as bolsas nas últimas semanas (subida das taxas de juro, guerra na Ucrânia e ameaça de recessão).
No primeiro trimestre, a BlackRock reportou lucros por ação de 9,46 dólares, um crescimento de 20% e um pouco acima do esperado. Ainda angariou 86 mil milhões de dólares de fundos.
Também não há motivos de preocupação com o crescimento orgânico desta angariação de fundos, que ascende a +5% no período, contra +6 a +7% nos trimestres anteriores. Mas a queda das bolsas conduziu a uma diminuição de 31 milhões de dólares das receitas relacionadas com o desempenho face ao primeiro trimestre de 2021.
A persistência da elevada volatilidade nos mercados financeiros levará os investidores a terem uma abordagem mais conservadora dos investimentos, o que terá um impacto nos lucros do grupo nos próximos trimestres.
Embora a BlackRock esteja bem preparada para enfrentar as dificuldades dos mercados, reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação: de 39 para 37,5 dólares, em 2022 e de 43 para 40 dólares, em 2023.
As bolsas mundiais têm estado a recuar, afetando a cotação das ações da BlackRock (-21,4% em 2022). Estas dificuldades não põem em causa os pontos fortes do grupo, como a boa diversificação, dimensão e baixos custos. A ação merece uma melhor avaliação. Comprar.
Ericsson
Os resultados trimestrais não foram bem recebidos pelos investidores. Por um lado, a Ericsson advertiu que a investigação de que é alvo por parte das autoridades norte-americanas (lançada em fevereiro e relacionada com atos de corrupção no Iraque) poderá levar a novas multas. Por outro, o resultado do trimestre foi bastante dececionante.
Penalizados por um custo de 0,27 coroas suecas por ação devido à saída do mercado russo (menos de 2% do volume de negócios), os lucros por ação caíram 7,8% para 0,88 coroas. Numa base comparável, a margem operacional recuou de 11,3% para 11% fruto de maiores custos relacionados com problemas de abastecimento.
Apesar destas incertezas, a Ericsson confirma que já deverá atingir a sua meta de margem operacional de longo prazo de 15% a 18% no horizonte de 2-3 anos, graças em particular à boa evolução prevista para a procura. Estimamos lucros por ação de 7,2 coroas suecas em 2022 e 7,7 coroas em 2023.
A revelação de um novo caso de corrupção pode atrasar a recuperação da cotação. De facto, as perspetivas de negócio são bastante boas com a procura atualmente suportada pela implantação global das redes 5G e o prosseguimento da reestruturação.
A cotação tem estado em queda desde o início do ano. É um sinal negativo mas compensado por uma valorização atrativa. Manter.
LVMH
Sem surpresas, a LVMH teve um bom início de 2022, com um crescimento da receita orgânica de 23% no primeiro trimestre. Em particular, o elevado crescimento da rentável divisão de moda e artigos de couro (Louis Vuitton, Dior): +30%.
Vemos, em parte, a continuação da recuperação pós-pandemia, mas também o efeito do aumento dos preços dos produtos da LVMH. Será que significa que o grupo é insensível aos problemas do momento (inflação, crise ucraniana, pandemia que ainda não terminou)? Ao nível atual (elevado) da cotação, mantemo-nos prudentes.
A Rússia representa apenas 1,5% do volume de negócios e, além disso, o setor do luxo tem alguma capacidade para aumentar os preços em tempos de inflação das matérias-primas.
Mas se continuarem, estes aumentos poderão ter impacto na procura. Acresce que, além do bom crescimento da atividade nos Estados Unidos (+26%) e na Europa (+45%), a situação da pandemia continua delicada na Ásia (excluindo Japão), o maior mercado da LVMH, onde o crescimento se limitou a 8%, devido sobretudo aos novos confinamentos na China.
Como líder no seu setor, a LVMH habituou-nos a aproveitar as difíceis conjunturas para ganhar quota de mercado, por exemplo através de uma ou outra aquisição direcionada. Será agora menos fácil. A recente aquisição da Tiffany exigiu um aumento significativo do endividamento. Vender.
Société Générale
A cotação do banco francês recuperou após o anúncio da sua saída da Rússia e a venda dos seus ativos. O custo da transação é de aproximadamente 3,1 mil milhões de euros (0,35 euros por ação) e o impacto nos capitais próprios será inferior ao esperado.
Acima de tudo, as SG está a desvincular-se da Rússia onde a economia está em dificuldades e sob sanções económicas. A administração confirma o dividendo de 1,65 euros para 2021 e o plano de compra de ações próprias. Manter.
Teva Pharma
Será que 2021 foi o ponto de inflexão para a Teva, após vários anos difíceis? A resposta é, provavelmente, afirmativa. A empresa israelita, especialista em genéricos, obteve um lucro 0,38 dólares por ação no ano fiscal de 2021 – o primeiro em cinco anos!
Contudo, os resultados apelam à prudência. As receitas (-6% excluindo efeitos cambiais) ficaram aquém das expectativas, tendo sido afetadas pela pandemia, concorrência dos genéricos ao seu antigo produto “estrela” (Copaxone; esclerose múltipla) e o contexto da queda dos preços dos seus próprios medicamentos genéricos nos EUA.
E para 2022, a Teva espera somente um nível de desempenho semelhante ao de 2021 para as vendas e lucros. Esperávamos um pouco melhor!
Perspetivas ainda promissoras pelo Ajovy (enxaqueca) e o Austedo (doença de Huntington), os seus dois vetores de crescimento. O Risperidone LAI (esquizofrenia), que deverá ter luz verde nos EUA em meados de 2022, trará mais crescimento.
Em relação à crise dos opiáceos, a Teva tem multiplicado os acordos com os Estados americanos. Este problema poderá custar 2,7 a 3,6 mil milhões de dólares distribuídos por 15 anos (2,4 a 3,3 dólares por ação antes de impostos).
Os medicamentos Ajovy e Austedo permitem à Teva manter apenas as suas vendas em 2022. Enquanto a crise dos opiáceos não for resolvida nos EUA, a Teva continuará sob pressão. Limite-se a manter esta ação que tem um risco acima da média. Manter.
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