O Facebook mudou de nome para Meta.
A sua ambição é agora o metaverso, um universo virtual tido como o futuro da internet em que os utilizadores interagirão através de avatares.
Os utilizadores podem interagir num universo virtual através da imersão com dispositivos de realidade virtual.
O que é o metaverso?
Metaverso significa "além do universo". Refere-se a um mundo virtual no qual interagiremos, como na vida real, através de um avatar e com recurso a dispositivos de realidade virtual.
Numa primeira fase, podemos esperar uma nova versão das redes sociais, cujo âmbito ainda está muito por definir. Será uma versão moderna do jogo Second Life, uma simulação virtual da sociedade que surgiu nos anos 2000 mas que nunca vingou realmente, em parte devido às limitações tecnológicas da época.
Agora, o contexto é mais favorável com headsets que permitem uma melhor imersão em mundos virtuais, maior poder de processamento dos computadores e transmissão de dados digitais mais rápida (fibra ótica, 5G).
Já no terreno…virtual
Para as empresas de videojogos, a evolução está em curso e algumas já estabeleceram as bases de um metaverso.
O exemplo emblemático é o Fortnite, onde os participantes evoluem num mundo virtual no qual, além de jogar, podem até assistir a concertos. Por seu turno, a plataforma Roblox permite a 47 milhões de utilizadores criarem os seus próprios mundos e videojogos.
Mundos populares que atraem grandes marcas. Por exemplo, a Nike está presente no Roblox e no Fortnite, onde vende sapatos e roupas virtuais para os avatares. As marcas de luxo também estão muito interessadas nestas novas interfaces para realizarem publicidade e vendas.
Na plataforma de realidade aumentada open source (código aberto) OVR, lançada em 2018, são vendidas parcelas de terreno totalmente virtuais.
A longo prazo, podemos imaginar universos com múltiplas aplicações em que as empresas poderão interagir, partilhar e colaborar com os seus fornecedores e clientes, recorrendo a ferramentas de simulação e desenvolvimento, lojas virtuais para e-commerce, entre outros produtos.
Incerteza
Este novo mercado está repleto de promessas. De acordo com a Bloomberg Intelligence, o potencial pode atingir 800 mil milhões de dólares até 2024. E a longo prazo, tudo parece possível de acordo com a evolução tecnológica.
Para o CEO da Nvidia, Jen-Hsun Huang, a economia do metaverso poderá um dia eclipsar a do mundo real!
Esperam-se evoluções em particular ao nível dos headsets que ainda não permitem uma verdadeira imersão em mundos virtuais. Por mais sedutor que possa parecer, este novo universo levanta muitas questões.
Quando é que se tornará uma realidade? Existirá um único metaverso ou vários irão coexistir? O que acontecerá aos dados pessoais, segurança informática, ou outros dados?
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, estima que pode demorar 5 a 10 anos até que as principais características do metaverso se tornem comuns. A Intel também indicou que seriam precisos processadores 1000 vezes mais potentes do que os atuais para gerar metaversos atrativos.
Todo um enquadramento, uma infraestrutura deve ser criada incontornavelmente com recurso a especialistas em software de design 3D.
Na corrida pelo metaverso
Neste momento, é cedo para saber se o metaverso será uma realidade (virtual) e para identificar os potenciais vencedores. Contudo, há empresas que serão as beneficiárias do desenvolvimento dos metaversos.
Activision Blizzard
A Activision é um gigante americano dos videojogos conhecido pelo Call of Duty e World of Warcraft. Está na vanguarda na renderização e animação 3D. A ação é de qualidade e a valorização é atrativa.
Matterport
Empresa americana recentemente entrada em bolsa. Desenvolve câmaras e software usado para captar imagens 3D sobretudo para visitas virtuais a edifícios. O grupo ainda não gera lucros e a ação é demasiado arriscada.
Meta Platforms (ex-Facebook)
O metaverso passou a estar no centro da estratégia do gigante das redes sociais, tendo criado uma divisão dedicada, a Reality Labs. Planeou ter investido 10 mil milhões de dólares, em 2021, apenas no metaverso.
A aquisição, em 2014, dos headsets de realidade virtual da Oculus lançou as bases para a sua nova estratégia. O grupo quer ter mil milhões de utilizadores do metaverso em 2030, momento em que pode tornar-se lucrativo.
Desde 9 de dezembro, os americanos têm acesso à Horizon Worlds, uma plataforma de realidade virtual e a primeira versão da sua visão do metaverso.
A ação Meta Platforms (ex-Facebook) é de qualidade, mas a valorização em bolsa já está um pouco elevada sem ser exagerada.
Microsoft
A gigante do software pretende criar um metaverso para o mundo empresarial. Em 2022, lançará o Mesh para o Teams com a capacidade de interagir com os colegas através de um avatar num universo 3D.
Além disso, o seu jogo Minecraft, por exemplo, já permite que os utilizadores criem e visitem universos virtuais. Também está ativa nos headsets de realidade virtual através do Hololens.
Dada a sua presença na cloud, a Microsoft também pode beneficiar com o volume de dados para armazenar e gerir.
A ação é de qualidade e a valorização razoável, tendo em conta os importantes trunfos do grupo.
Nintendo
A empresa japonesa de videojogos Nintendo colabora em realidade aumentada com a Niantic, editora do conhecido jogo para telemóveis Pokémon Go.
A ação é de qualidade, mas já está demasiado valorizada.
Nvidia
A Nvidia é líder mundial em processadores gráficos (GPU), necessário para a renderização gráfica de mundos virtuais. Já está presente no metaverso através da plataforma de código aberto Omniverse, lançada em 2020.
Permite que os utilizadores construam mundos virtuais, a reunir num universo virtual comum.
A ação é de qualidade e as perspetivas favoráveis, mas a cotação já as incorpora.
Roblox
Grupo americano, recentemente cotado em bolsa. Gere uma plataforma para a criação de videojogos, particularmente em 3D e tem 47 milhões de utilizadores diários.
A Roblox só deverá gerar lucro em 2024.
Tencent
Líder chinês dos videojogos detém, por exemplo, 40% da Epic Games, a empresa por detrás do bem sucedido jogo Fortnite (precursor do metaverso).
As ações estão corretamente valorizadas.
Unity Software
Empresa dinamarquesa sediada nos EUA que desenvolve software utilizado para o design de videojogos.
O grupo só deverá gerar lucro em 2023. Há demasiadas incertezas
Autodesk
Vamos agora começar a acompanhar a ação deste gigante americano.
Mais informações na análise que fizemos em AutoDesk: uma potencial boa aposta para investir no metaverso.
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