- Investimentos
- Ações
- Em destaque: Kraft Heinz, Philips, Société Générale, Telefônica Brasil, TotalEnergies
Em destaque: Kraft Heinz, Philips, Société Générale, Telefônica Brasil, TotalEnergies
Há 4 meses - 18 de janeiro de 2022Ações em destaque esta semana.
Kraft Heinz
À semelhança de outros grupos alimentares, a Kraft Heinz aumentou os preços dos seus produtos nos últimos meses para fazer face à subida dos custos (matérias-primas, embalagens, transporte e mão-de-obra).
No entanto, é uma manobra difícil para a Kraft, uma vez que está a tentar reconquistar o consumidor americano e revitalizar o crescimento da atividade. Uma campanha de sedução que envolve mais gastos em marketing e inovação. Daí o dilema.
Absorver os custos e aceitar uma queda das margens ou repercuti-los nos preços de venda correndo o risco de perder quota de mercado? Por enquanto, a administração parece favorecer a segunda via.
É certo que esta estratégia permitiu à Kraft elevar ligeiramente a previsão de lucro operacional para 2021 para, pelo menos, 6,2 mil milhões de dólares (antes 6,1).
Mas se, por enquanto, consegue preservar as margens acabará por ter de concentrar os seus esforços no crescimento (orgânico) das receitas através de produtos inovadores.
Mantemos as previsões de lucros por ação em 2,50 dólares para 2021 e em 2,60 dólares para 2022 e reafirmamos o conselho de compra.
O aumento dos custos surge numa altura delicada, com a Kraft Heinz a meio de uma renovação da sua gama de produtos.
Mas, por agora, os resultados estão em consonância com as nossas expectativas e as ações continuam subvalorizadas face à média do setor. Comprar.
Philips
Novo alerta sobre resultados, desta vez do quarto trimestre que serão publicados a 24 de janeiro.
Fortemente impactadas pela escassez global de componentes eletrónicos e pela retirada massiva de ventiladores defeituosos, as vendas do trimestre ficaram 350 milhões de euros aquém do esperado.
A Philips também aprovou uma nova provisão para fazer face ao maior número de ventiladores que terá de reparar.
Nada de reconfortante no futuro imediato. Vender.
Société Générale
O banco francês Société Générale (SG) está a tentar uma mudança estratégica ao adquirir, através da sua subsidiária ALD, o grupo LeasePlan e criar um gigante no aluguer de longa duração de veículos.
Esta significativa operação de 4,9 mil milhões de euros (SG tem uma capitalização bolsista de 28,5 mil milhões) permitirá, quando concluída no final de 2022, acrescentar um terceiro pilar ao grupo, a par da banca de retalho e de investimento.
O banco quer reforçar-se no mercado de ALD que estima vir a crescer a longo prazo. Uma expectativa a confirmar, sobretudo porque a utilização do carro é cada vez mais limitada pelas políticas de mobilidade.
No entanto, como vantagem, a rentabilidade deste negócio não é penalizada pela persistência de baixas taxas de juro como acontece na banca de retalho. A transação visa ainda reduzir a volatilidade dos resultados da SG.
O grupo tem como alvo sinergias de 380 milhões de euros a partir de 2025, mas incorrerá em custos de reestruturação de 480 milhões de euros em 2023 e 2024.
Por fim, a transação irá corroer ligeiramente a solidez do balanço, mas sem pôr em causa a capacidade de aumentar o dividendo em 2022 e 2023. Um bom motivo para manter esta ação.
A cotação da Société Générale reagiu bem à aquisição da LeasePlan e à subida das taxas de juro, o que ajudará aos resultados de 2022.
As ações não estão caras mas são mais voláteis do que as do BNP Paribas. Manter.
Telefônica Brasil
O desempenho da cotação (em dólares) da maior empresa brasileira de telecomunicações tem vindo a dececionar. Como sucede há longos anos, a depreciação do real brasileiro face ao dólar (-41% nos últimos 5 anos) penaliza bastante o rendimento para os investidores estrangeiros.
Em termos de atividade, o grupo até está a sair-se bem. Há vários anos que a subsidiária da espanhola Telefónica tem vindo a registar resultados convincentes com a quota de mercado e a rentabilidade a subirem (margem operacional de 16% esperada para 2021 contra 10% da Vodafone).
Além disso, a situação financeira da Telefônica Brasil é sólida (quase sem dívida) e permite-lhe distribuir um dividendo generoso (rendimento de 7% à cotação atual), uma atrativo significativo para a ação.
Os próximos meses vão ser agitados com as tensas eleições presidenciais brasileiras marcadas para outubro. Contudo, a qualidade dos fundamentos do grupo merece ser um pouco mais valorizada. Esperamos lucros por ação de 0,54 dólares em 2022 e 0,59 dólares em 2023.
A queda da moeda brasileira penaliza a rentabilidade para os investidores baseados em euros ou dólares. As ações estão ligeiramente subvalorizadas, mas a perspetiva de uma eleição presidencial tensa no Brasil representa um risco significativo.
Ação reservada para os investidores com menor aversão ao risco. Manter.
TotalEnergies
Sem surpresa, a petrolífera confirmou os investimentos em energias renováveis (eólica, solar) e eletricidade em 2022.
Estes sobem de 3 mil milhões em 2021 para 3,5 mil milhões em 2022.
A maior parte será realizado através do crescimento orgânico, mas complementado por aquisições de pequena e média dimensão. Manter.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.